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Fórum Esfera: Painel discute os desafios e quem são as novas lideranças no Brasil

Durante o painel, foram discutidas diversas formas de formação e proliferação de lideranças, desde nos ambientes digitais até nas comunidades carentes e no serviço público

Novo mundo, novas lideranças, novas soluções – este foi o tema do segundo painel do Fórum Esfera, em Guarujá, no estado de São Paulo, que acontece entre esta sexta-feira (6) e este sábado (7) com as principais lideranças da economia, política e do setor produtivo no Brasil. Durante o painel, foram discutidas diversas formas de formação e proliferação de lideranças, desde nos ambientes digitais até nas comunidades carentes e no serviço público.

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O presidente da CUFA RJ, Preto Zezé, destacou que hoje as comunidades falam para si próprias e têm lideranças em diversos níveis, desde o líder do comércio, a líderes religiosos e comunitários. “Temos feito esforços para termos uma agenda pública, não política, que não é do PT, não é do Bolsonaro. As favelas deixaram de ter embaixadores que falam para fora e hoje falam para si próprias”, destaca.

Regularização do trabalho informal

O CEO do iFood, Diego Barreto, falou durante o painel sobre as dificuldades de se pensar uma política pública que acompanhe as novas tendências do mercado. Ele citou os mais de 400 mil entregadores da plataforma que comanda, que fazem quase 1,5 bilhão de entregas de pedidos por ano, e cita paralelos entre a forma de produzir renda com outros trabalhadores autônomos.

“O ponto é que é uma discussão que envolve muito mais a sociedade do que o iFood. Quem faz renda no TikTok de forma autônoma está na mesma condição, o motorista de Uber está na mesma condição, o mecânico que troca o pneu do seu carro está na mesma condição. O trabalho de quem não tem uma relação fixa com a renda existe desde sempre”, pontua o executivo.

Sobre o iFood, ele cita que, dos 400 mil entregadores, um terço trabalha cinco dias por semana entre seis e oito horas por dia, enquanto outro terço faz complemento de renda e, o restante, usa o aplicativo como forma de fazer “bicos”. “A gente no Brasil tem o péssimo hábito de ser civilista no primeiro passo, o que a gente erra muito é a tentativa de acertar as coisas de largada”, diz, sobre as discussões de regularização do serviço dos entregadores.

Serviço público

Natália Resende, Secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Governo de São Paulo, afirma que muitas vezes agentes públicos não olham para o principal, que são as pessoas e a necessidade de entregas no serviço público.

“Primeiro coisa é pensar em políticas de Estado, não de governo. Precisa de transparência e controle social. Aí você começa a ver a complexidade do serviço público, que cai na burocracia, que em tese não é ruim, seria para trazer segurança. Consigo fazer as coisas de forma imediata (no serviço público)? Sim, mas não é isso que resolve”, pontua.

Digitalização

Ainda foi discutido no painel os efeitos da digitalização do mundo e a convivência das lideranças com as redes sociais e plataformas. Gabriela Comazzetto, GM Globo Bussiness Solutions LATAM do TikTok reforçou que o foco do aplicativo, que ela diz não ser uma rede social, mas uma plataforma de entretenimento, é o conteúdo, a história de cada um dos criadores, não as pessoas em si. “Isso faz com que tenhamos muitas novas lideranças, muita gente em diversos segmentos ganhando voz, ganhando relevância pela forma como a plataforma funciona”, comenta.

João Abide, CEO da Cimed, destacou os esforços por tentar usar uma inteligência artificial para substituir a bula dos medicamentos, a Cláudia, que homenageia sua mãe, e diz que a digitalização passa por um processo que vem desde dentro de casa até as lideranças, na ponta. “Temos que trazer essa nova geração para dentro do nosso negócio, é muito rápido e as trends viralizam”, defende.

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