Ouvindo...

Estudo revela as 15 profissões mais ameaçadas pelo avanço da tecnologia; veja lista

Especialista afirma que cenário não é catastrófico; Dados foram divulgados pela Fundação Dom Cabral (FDC) em parceria com o Fórum Econômico Mundial (WEF)

O desemprego no Brasil atingiu a menor taxa da história em novembro de 2024 e a situação deve se manter estável em 2025. O cenário, porém, não é de tranquilidade para muitos trabalhadores que se sentem ameaçados com o avanço da tecnologia em várias áreas e o risco de “extinção” de algumas profissões. Esse é apenas um dos vários temas abordados pelo estudo “Futuro do Trabalho 2025”, produzido pela Fundação Dom Cabral (FDC) em parceria com o Fórum Econômico Mundial (WEF) e divulgado nesta quarta-feira (8).

O estudo, feito a partir de 38 perguntas respondidas por mais de mil empregadores, revelou a necessidade do desenvolvimento de competências tecnológicas por parte dos trabalhadores, com foco na inteligência artificial, big data e segurança cibernética. O estudo também revelou a expectativa para o mercado de trabalho nacional e as profissões que estariam “ameaçadas” pelo avnaço da tecnologia.

Confira abaixo as 15 funções que devem ter rápido declínio nos próximos anos e também as 15 funções que têm tudo para crescer no futuro:

Funções com declínio mais rápido

  • Funcionários de Serviços Postais.
  • Caixas bancários e cargos relacionados.
  • Operadores de entrada de dados.
  • Caixas e atendentes.
  • Assistentes administrativos e secretárias executivas.
  • Trabalhadores de impressão e cargos relacionados.
  • Contadores, auxiliares de contabilidade e de folha de pagamento.
  • Atendentes e condutores de transporte.
  • Assistentes de registro de materiais e controle de estoque.
  • Vendedores porta a porta, vendedores de jornal, ambulantes e cargos relacionados.
  • Designers gráficos.
  • Peritos de seguros, examinadores e investigadores.
  • Oficiais jurídicos.
  • Secretárias jurídicas.
  • Operadores de Telemarketing.

Funções com crescimento mais rápido

  • Especialistas em Big Data.
  • Engenheiros de Fintech.
  • Especialistas em IA e Machine Learning.
  • Desenvolvedores de Software e Aplicações.
  • Especialistas em Gestão de Segurança.
  • Especialistas em Armazenamento de Dados.
  • Especialistas em Veículos Elétricos e Autônomos.
  • Designers de Interface e Experiência do Usuário (UI e UX).
  • Especialistas em Internet das Coisas (IoT).
  • Motoristas de Serviços de Entrega.
  • Analistas e cientistas de Dados.
  • Engenheiros Ambientais.
  • Analistas de Segurança da Informação.
  • Engenheiro de DevOps.
  • Engenheiros de Energia Renovável.

‘Cenário não é catastrófico, mas…’

Hugo Tadeu, diretor do Núcleo de Inovação, Inteligência Artificial e Tecnologias Digitais da Fundação Dom Cabral, afirmou na coletiva de imprensa de apresentação do estudo que os dados não apontam para um cenário catastrófico. Segundo ele, o saldo de empregos criados vai ser positivo, mesmo tirando as posições que serão eliminadas no futuro.

Porém, o representante da FDC destaca alguns problemas no mercado nacional: ‘Em geral, as empresas brasileiras não querem formar profissionais. Elas querem demitir o funcionário que não têm a competência desejada e contratar o profissional que já vem pronto. E esses profissionais têm um custo alto’. Hugo também destacou a necessidade de atualização da formação acadêmica e afirmou que as universidades brasileiras estão ‘atrasadíssimas’.

O estudo também mostra que 58% das empresas têm a expectativa de contratar funcionários com novas habilidades, enquanto menos de 50% irão fazer a transição de trabalhadores de funções em declínio para funções em crescimento.

Leia também

Novo perfil do trabalhador

O estudo da Fundação Dom Cabral afirma que o perfil do trabalhador vem evoluindo significativamente, em resposta às novas exigências do mercado de trabalho. O fogo principal é no desenvolvimento de habilidades tecnológicas, priorizando a inteligência artificial, a segurança cibernética e a inteligência artificial.

Os dados apontam que 65% dos trabalhadores consideram se requalificarem profissionalmente. Ao mesmo tempo, 78% dos empregados aproveitam as oportunidades de estudo e treinamento oferecidas pelas empresas em que trabalham e 70% afirmam que estão dispostos a dedicar tempo fora do horário de trabalho para realizar esses cursos.

Enquanto muitas empresas voltaram a exigir o trabalho presencial, os dados revelam que a opção não é bem recebida pela maioria dos profissionais. Quase 80% deles afirmaram que preferem empresas que oferecem as opções de trabalho remoto ou, pelo menos, híbridos. A definição de políticas claras de diversidade e inclusão também são bem vistas por 63% dos trabalhadores entrevistados.

Habilidades exigidas

Os dados do estudo também revelam que quase 40% das habilidades existentes no mercado de trabalho atual deverão ser transformadas ou tornarem-se obsoletas até 2030. O estudo também traz as principais habilidades exigidas pelo mercado de trabalho agora e no futuro. Confira abaixo:

  • Pensamento analítico (69%).
  • Resiliência, flexibilidade e agilidade (67%).
  • Liderança e influência social (61%).
  • Pensamento criativo (57%).
  • Motivação e autoconhecimento (52%).
  • Alfabetização tecnológica (51%).
  • Empatia e escuta ativa (50%).
  • Curiosidade e aprendizado contínuo (50%).
  • Gestão de talentos (47%).
  • Orientação para o serviço e atendimento ao cliente (47%).
  • IA e Big Data (45%).
  • Pensamento sistêmico (42%).
  • Gestão de recursos e operações (41%).
  • Confiabilidade e atenção aos detalhes (37%).
  • Controle de qualidade (35%).

Participe dos canais da Itatiaia:

Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.
Leia mais