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Exposição ‘Cazuza Exagerado’ marca 35 anos da morte do cantor, que segue presente e contraditório

Mostra tem nove salas temáticas com mais de 700 itens relacionados ao artista, entre eles fotos, manuscritos, roupas, documentos e objetos pessoais

Rebelde, irreverente, debochado e imprevisível, Cazuza começou a carreira em 1982, ao ser apresentado pelo cantor Leo Jaime ao grupo Barão Vermelho

O dia 7 de julho de 1990 ficou marcado na história da música brasileira pela morte de um artista que se tornou ícone de uma geração. Cazuza, cantor e compositor brasileiro, considerado um dos maiores artistas do rock nacional dos anos 80, morria há 35 anos por complicações causadas pelo vírus H.I.V. Ele tinha 32 anos.

O artista foi responsável por compor e executar canções que até hoje não perderam a relevância no cenário musical. É o caso do tema de abertura da novela ‘Vale Tudo.’ Os acordes de ‘Brasil’, na voz icônica de Gal Costa, voltaram a ecoar diariamente nas casas brasileiras, mostrando que a composição segue impecavelmente atual.

Como um espírito do seu tempo, Cazuza segue reaparecendo no contexto das produções nacionais. Um outro exemplo é o longa-metragem “Homem com H”, que estreou nos cinemas em maio deste ano. Na cinebiografia do cantor Ney Matogrosso, a relação amorosa entre Ney e Cazuza se tornou um dos pontos altos da narrativa.

Com o lançamento do filme, o público resgatou uma polêmica discussão sobre a competência e talento de Cazuza. Ele foi um gênio da música, um poeta capaz de insights dos mais sofisticados ou um playboy mimado que só alcançou o sucesso pelo dinheiro e apoio dos pais?

Nestes 35 anos da morte de Cazuza, parece impossível apreciar a obra sem abraçar suas contradições. Como um artista que transitou por estilos como samba, rock, pop e também pela rebeldia, pela paixão autodestrutiva, pelo escárnio e pelo “amor tranquilo”, Cazuza segue indefinido e tão desafiador quanto relevante.

Homenagem e presente para os fãs

No contexto dos 35 anos da morte de Cazuza e também em celebração aos 40 anos de lançamento do álbum “Exagerado”, entra em cartaz neste sábado (12) no Shopping Leblon, no Rio de Janeiro, a exposição “Cazuza Exagerado: uma viagem imersiva pela vida, arte e rebeldia”.

A mostra traz para o público mais de 700 itens relacionados ao artista, entre eles fotos, manuscritos, roupas, documentos e objetos pessoais. A coleção apresenta objetos da infância de Cazuza como a camisola de batismo feita por Lucinha e o primeiro brinquedo; passando por relíquias como o manuscrito original de “Exagerado” (com rasuras e versos extras) e a camiseta usada na turnê do primeiro álbum solo, que dá nome à mostra.

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Serviço

  • Exposição: Cazuza Exagerado
  • Local: Shopping Leblon
  • Endereço: Av. Afrânio de Melo Franco, 290, Rio de Janeiro
  • Dias e horários de visitação: Segunda a sábado de 10h às 22h; domingos e feriados de 13h às 21h
  • Quanto: de R$ 50 a R$ 100
Amanda Alves é graduada, especialista e mestre em artes visuais pela UEMG e atua como consultora na área. Atualmente, cursa Jornalismo e escreve sobre Cultura e Indústria no portal da Itatiaia. Apaixonada por cultura pop, fotografia e cinema, Amanda é mãe do Joaquim.