No Brasil, apesar de serem maioria na população, as mulheres ainda enfrentam desafios significativos relacionados à participação no mercado de trabalho e no alcance de cargos de liderança. Embora invistam mais na formação profissional do que os homens, sua presença em diretorias e conselhos de administração ainda é minoria. Esse paradoxo levanta questões importantes sobre os fatores que impedem uma maior ascensão feminina no mercado de trabalho.
Segundo a ONU Mulheres, no Brasil, mesmo mais escolarizadas, as mulheres brasileiras recebem, em média, 20% menos que os homens. Essa disparidade é ainda mais acentuada para mulheres que pertencem a grupos historicamente marginalizados, como minorias étnicas e raciais, mulheres com deficiência e imigrantes. Essa lacuna salarial evidencia barreiras estruturais persistentes que dificultam o acesso das mulheres a cargos de gestão e perpetuam desigualdades no mercado de trabalho. Mas será que todos os obstáculos são exclusivamente decorrentes do gênero?
Embora o preconceito de gênero seja um fator real, é essencial que as mulheres também reconheçam e desafiem crenças limitantes internalizadas. Muitas vezes, barreiras psicológicas afetam sua capacidade de se posicionar, negociar salários, assumir lideranças ou buscar condições de trabalho mais flexíveis. Como aponta Sheryl Sandberg, aspectos culturais e biológicos também influenciam na tomada de decisão das mulheres, que podem acabar optando por desacelerar suas carreiras diante do desejo de conciliar trabalho e maternidade, por exemplo.
Completando esse raciocínio, o livro “Como Mulheres Chegam Ao Topo” aborda hábitos autodestrutivos que podem prejudicar o crescimento profissional feminino. Uma das principais armadilhas é a crença de que a expertise técnica por si só garante promoção. Muitas mulheres se tornam especialistas na esperança de que seu esforço será naturalmente reconhecido. No entanto, à medida que avançam na carreira, percebem que o crescimento profissional também depende de habilidades comportamentais e estratégicas. Isto é, não é porque o conhecimento técnico te trouxe até aqui que vai te levar até lá. É preciso investir em networking.
Apesar de terem uma grande capacidade de construir relacionamentos, muitas mulheres não se beneficiam plenamente dessa habilidade. Enquanto elas estão focadas em aperfeiçoar o seu conhecimento técnico, os homens investem na ampliação de suas redes de contatos e utilizam essas conexões para impulsionar suas carreiras. A crença de que usufruir de relações profissionais pode ser algo negativo precisa ser desmistificada. A maioria das grandes carreiras não é construída apenas com talento e trabalho duro, mas também por meio de alianças estratégicas e colaborações.
Para mudar esse cenário, é fundamental que as mulheres reconheçam e desafiem tanto as barreiras externas quanto as internas. Investir na formação profissional é essencial, mas é igualmente importante desenvolver habilidades de liderança, negociação e estratégias de networking.
Além disso, o desenvolvimento dessas competências está diretamente ligado ao fortalecimento da autoestima. É preciso ter coragem para enfrentar o medo e resiliência para resistir à pressão do mercado para assumir comportamentos tipicamente masculinos, pois é justamente o equilíbrio entre as características de cada gênero que transforma a diversidade em riqueza.
Quando as mulheres confiam em suas capacidades, tornam-se mais assertivas na busca por oportunidades e na construção de suas carreiras. O empoderamento profissional começa pela autoconfiança, que impulsiona atitudes proativas e decisões estratégicas. Apenas assim que a sua carreira, sua vida pessoal e seus relacionamentos te levarão ao TOPO.