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Qual deve ser o perfil do novo técnico do Galo?

Clube alvinegro tem português Bruno Lage como principal nome, mas ainda não bateu o martelo sobre quem assumirá o comando técnico da equipe.

Como deve ser o novo técnico do Atlético?

Após a saída de Coudet, o Atlético corre contra o tempo para se acertar com um novo treinador. O nome do português Pedro Lage, com passagens por Benfica e Wolverhampton, está na pauta, além da análise de outros profissionais do mercado Sul-Americano.

Já no meio da disputa do Brasileirão, e ainda lutando para chegar às oitavas da Copa Libertadores, o novo treinador terá pouco tempo de trabalho e muitos jogos em sequência, um retrato fiel do nosso calendário.

Além disso, terá em mãos um elenco muito qualificado, mas fragilizado após a exposição causada pelas atitudes intempestivas de Eduardo Coudet.

O novo comandante também terá que lidar com a pressão por resultados.

Afinal, o Atlético tem uma das folhas salariais mais altas do nosso futebol e, mesmo que não seja favorito à títulos (como vejo o Palmeiras atualmente), o time tem a responsabilidade de brigar na parte de cima da tabela do Brasileirão e de chegar o mais longe possível na Libertadores. Não só pelo ponto de vista desportivo, mas também para cumprir com as metas financeiras da instituição.

Dito tudo isso, me parece fundamental que o Galo tenha um perfil bem estabelecido do seu novo técnico, a fim de evitar ao máximo possíveis erros que possam comprometer o restante da temporada.

Considero primordial que o novo treinador tenho ideias e estilos de jogo semelhantes aos de Coudet. Isso para de alguma forma tentar abreviar o tempo de adaptação dos jogadores ao novo técnico, e também para aproveitar melhor as características disponíveis nesse elenco.

É importante destacar que o grupo para a temporada 2023 foi montado a partir das indicações do técnico argentino. É um elenco que conta com mais meio-campistas do que atacantes. Além disso, não possui além de Pavón outro jogador de velocidade e que jogue pelo lado do campo. Também não tem um centroavante de ofício, já que Alan Kardec segue lesionado.

Para além de aproveitar os jogadores, trazer um técnico que jogue parecido com Coudet pode facilitar que Galo continue executando em campo um jogo de intensidade, de pressão na saída adversária, de maior posse de bola... Atributos que vinham sendo bem desempenhados e que já estão bastante assimilados pelos atletas.

Assim, evitam-se mudanças muito radicais em meio à temporada já em andamento. O caminho, a meu ver, é aperfeiçoar. Para mudar, leva tempo.

Diante de um elenco mais curto e com pouco poder de investimento imediato, também considero importante que o novo treinador aproveite melhor os jogadores das categorias de base do clube. Não só pela necessidade de revelar novos talentos, mas para ter ainda neste ano retorno técnico em campo.

Para encontrar algo, é necessário antes saber exatamente o que se está procurando. Espero que a cúpula atleticana seja certeira na escolha do seu novo comandante.

Nathália Fiuza é comentarista da Rádio Itatiaia e escreve diariamente aqui.