O segundo trimestre de 2025 confirmou mais uma vez a força do franchising no Brasil. Mesmo em um cenário econômico desafiador, marcado por juros elevados e sinais de desaceleração na atividade, o setor apresentou saldo positivo em número de operações, geração de empregos e faturamento.
De abril a junho, foram registradas 200,6 mil operações de franquias no país, um acréscimo de 7.449 unidades em relação ao mesmo período do ano passado. Esse avanço representa não apenas a abertura de novos negócios, mas também a resiliência do modelo, que segue como uma das principais portas de entrada para o empreendedorismo estruturado.
No campo do emprego, o franchising manteve sua relevância social e econômica, empregando diretamente 1,745 milhão de pessoas. Isso demonstra que, além de ser motor de crescimento empresarial, a atividade continua sendo um dos pilares da geração de trabalho formal no Brasil.
Do ponto de vista do faturamento, os números também impressionam: o setor movimentou R$ 273 bilhões no acumulado até o 2º trimestre, o que já representa 45% da meta projetada para o ano e sinaliza um desempenho capaz de superar expectativas. Segmentos como alimentação, limpeza e conservação, e entretenimento tiveram
destaques expressivos, impulsionados por mudanças de comportamento do consumidor, consolidação de lojas autônomas, expansão de conveniências e novas tecnologias aplicadas à experiência de compra.
Outro ponto relevante é a consolidação dos multifranqueados, que hoje respondem por cerca de um terço das operações e demonstram a maturidade e profissionalização da rede. Esse perfil contribui para maior estabilidade do sistema e para a expansão de marcas que conseguem crescer de forma mais acelerada com parceiros experientes.
O franchising brasileiro segue navegando com firmeza mesmo em águas turbulentas. A combinação de resiliência, inovação e confiança no modelo explica por que o setor continua ampliando sua participação na economia e oferecendo oportunidades reais para empreendedores e trabalhadores. Mais do que números, o trimestre reforça que a franquia, quando bem estruturada, permanece sendo uma parceria de sucesso.
Na minha visão, o que os números do segundo trimestre revelam vai além das estatísticas: eles reforçam que o franchising não é apenas sobre abrir unidades, mas sobre cuidar de gente, criar relações de confiança e manter disciplina na gestão. Vejo que muitas redes ainda tratam expansão como sinônimo de sucesso imediato, mas o verdadeiro diferencial está na sustentabilidade das operações e no preparo dos
franqueados. É hora de refletir: queremos um crescimento que impressiona no curto prazo ou um ecossistema de franquias que gera valor real e duradouro para todos os envolvidos?