Na sinagoga de Cafarnaum, todos se admiravam com o novo ensinamento de Jesus, transmitido com autoridade. Hoje, carecemos de falas com autoridade, diferentes das impregnadas de ideologias que alimentam polarizações e travam avanços sociais. Em tempos de redes sociais, multiplicam-se vozes sem fundamento, incapazes de promover diálogo — instrumento essencial para a democracia, o respeito aos direitos e a construção de uma sociedade solidária.
Das instituições democráticas, espera-se abertura ao entendimento, preservando identidades e evitando a perversão que contamina o exercício de funções. A disputa entre poderes e a partidarização prejudicam o Estado e o bem da Nação. É preciso diálogo qualificado para fortalecer o Direito e impedir que ele seja corroído pelo abuso do poder. Instituições religiosas, educativas e culturais devem contribuir com lucidez, evitando que polarizações dominem.
A harmonia social exige diálogo, especialmente em períodos eleitorais, para que a mentira e o partidarismo cego não prevaleçam. Bento XVI alertou contra ideologias que obscurecem consciências e relativizam o bem e o mal. Escolhas políticas devem se basear em valores morais, essenciais para se falar com autoridade e promover um horizonte humanista.
O Brasil precisa de líderes capazes de unir pessoas e instituições para o crescimento integral, respeitando a ordem moral e superando subjetivismos partidários. Construir alianças não significa ceder a barganhas e a interesses mesquinhos, mas inspirar cooperação e compromisso cidadão. Ao longo da história, crises foram superadas por lideranças que promoveram diálogo e inauguraram novos ciclos sociais.
Hoje, é urgente inspirar entendimentos que transcendam disputas por cargos, valorizando a diversidade como riqueza. Cada cidadão deve contribuir para novos hábitos, protegendo o meio ambiente e apoiando políticas públicas inclusivas, com foco no bem comum. Pensar o Brasil exige afastar interesses partidários e privilegiar suas potencialidades. Mário de Andrade, em carta a Carlos Drummond, pediu dedicação ao país, mesmo com sacrifícios, para dar-lhe uma “alma”. Essa disposição para servir e construir é o que sustenta falas com verdadeira autoridade.