A eleição para Conselheiro Tutelar em Belo Horizonte tem um histórico de problemas durante o processo de votação e desta vez teve um ingrediente a mais: a polarização. O sistema, administrado pela Prodabel, é questionado desde 2015. Neste ano, meses antes do pleito, alguns vereadores, incluindo o presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo (sem partido) estiveram no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), questionando se havia disponibilidade da Justiça Eleitoral para comandar o processo e se havia demanda da Prefeitura de BH para tal. O TRE disponibilizou urnas paras todas as grandes cidades mineiras, mas a PBH optou por usar o sistema da empresa de tecnologia municipal.
A opção pode custar caro para a prefeitura, já que a Ordem dos Advogados do Brasil deve pedir o cancelamento na Justiça, a Defensoria Pública do Estado recomendou a suspensão e a Câmara Municipal de Belo Horizonte deve movimentar o assunto dentre da CPI da Assistência Social na casa, com requerimentos pedindo investigação por suspeita de fraude, já que na votação manual haveria um risco maior de mais de um voto por pessoa.
Falhas no sistema
A PBH usou a votação manual depois que, no meio da manhã deste domingo (1), o sistema começou a apresentar falhas, a capacidade foi ampliada, mas ainda assim, em algumas sessões, os problemas persistiram. Por esse motivo, a votação de na cédula de papel foi adotada.
Eleição polarizada
Assim como as eleições político partidárias, a eleição para o Conselho Tutelar está polarizada em Belo Horizonte e em todo Brasil. Antes a esquerda apresentava mais lideranças, mesmo que não filiadas, como candidatas ao Conselho. Neste ano, a direita, e principalmente os bolsonaristas, resolveram entrar na disputa. Os partidos mais progressistas percebendo a movimentação do outro polo, também fizeram convocação em massa, chamando o pleito de “Eleição mais importante do ano”. Com esquerda e direita mobilizadas, a movimentação foi grande, talvez, maior que o sistema pudesse aguentar.