O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) lança nesta quarta-feira (20), em Bogotá, durante o I Encontro Internacional de Experiências Energéticas na Universidade Nacional da Colômbia, a Campanha Revida Mariana - Justiça para limpar essa lama.
O lançamento será às 19h no horário colombiano e às 17h no horário do Brasil. A BPH, mineradora anglo-australiana que era sócia da Vale na Samarco quando houve o rompimento da barragem de Fundão em 2015, também tem escritório na Colômbia. O desastre matou 19 pessoas, poluiu todo o Rio Doce e deixou milhares de atingidos. Em novembro a tragédia completa oito anos.
O objetivo do movimento Revida Mariana é denunciar que quase uma década após o rompimento não houve justiça para os atingidos. Até o momento a reparação não foi concluída e nenhum responsável foi preso. Assinada por mais de 90 instituições da sociedade civil e encabeçada pelo MAB, a campanha traz a seguinte contextualização: “Imagine se isso tivesse acontecido em alguma das cidades mais ricas do mundo. Ninguém jamais aceitaria. Mas aqui no Brasil, o . desastre ambiental em Mariana (MG), que a Vale e a BHP, duas das maiores mineradoras do mundo, sendo uma delas de origem anglo-australiana, ainda deixa um rastro de destruição na nossa casa.”
No Brasil, a negociação pela repactuação do acordo judicial foi retomada a dois anos e não saiu do papel. Cerca de 720 mil vítimas – entre moradores, municípios, indígenas, autarquias e instituições religiosas – processam a empresa anglo-australiana BHP em uma ação na justiça inglesa. Os atingidos tentam internacionalizar o debate para pressionar a justiça inglesa para a condenação da BHP. O julgamento está previsto para outubro do ano que vem.