A bancada evangélica tem votado de forma suprapartidária em diversos temas na Câmara dos Deputados. Comumente, a frente tem 90% de coesão, segundo integrantes. Base importante do presidente Jair Bolsonaro (PL), os evangélicos podem fazer forte oposição ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva se não forem chamados à mesa, o quanto antes, para conversar sobre temas que interessam ao Brasil, como a PEC da Transição, que deve garantir o auxílio de R$ 600 a partir do ano que vem.
Segundo o advogado mineiro Alexander Barroso, Conselheiro Nacional de Política Criminal e Penitenciária, que é um dos interlocutores da Frente Evangélica, é importantíssimo que o governo eleito “chame os evangélicos para conversar”. Ainda segundo ele, as declarações polêmicas de Lula relacionadas à responsabilização de pastores pela não vacinação contra a Covid não são verdadeiras e podem aumentar o distanciamento entre o novo governo e a maior bancada da Câmara Federal. Uma das falas do presidente eleito foi motivo de nota de repúdio do presidente da Frente Parlamentar, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), na semana passada.
“A FPE soma 22% da atual composição da Câmara dos deputados e na próxima legislatura aproximadamente 27%. É maior que qualquer partido ou federação partidária”, afirma o interlocutor.
Para aprovar a PEC da Transição, são necessários 3/5 dos 513 deputados da Câmara votando a favor, ou seja, o petista não precisa, necessariamente, dos evangélicos para aprovar a proposta, mas quanto mais harmônico for o clima, maior a chance de governabilidade.