“Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem”. O ensinamento de Paulo Apóstolo aos Romanos ecoa como princípio cristão fundamental, apresentado por Jesus no Sermão da Montanha. A paz só é possível quando se responde ao mal com o bem, superando a lógica da revanche que gera sofrimentos e divisões. Somente o bem tem força para vencer violências que afligem famílias, nações e toda a humanidade. Por isso, a Igreja faz constante apelo: promover o bem, não se pagar o mal com o mal.
Santo Agostinho ensina que o mal nasce do mau uso da liberdade, quando a pessoa se esquiva das exigências do amor. O bem moral brota do amor e se manifesta em fraternidade, marca da autenticidade cristã. Paulo exorta: “Se teu inimigo tem fome, dá-lhe de comer; se tem sede, dá-lhe de beber”. Sem essa lógica de amor, não se superam guerras, injustiças e violências que inquietam o mundo.
O atual contexto pede atitudes nobres e gestos solidários, capazes de gerar uma reserva moral e arquitetar novos cenários de paz. Contudo, cresce a soberba e as disputas, comprometendo o bem comum e agravando o caos social. A busca pelo bem do semelhante, inclusive de quem se apresenta como inimigo, é caminho seguro para derrotar o mal. Autoridades políticas, em especial, têm responsabilidade de favorecer o equilíbrio social e proteger os mais pobres.
Promover o bem comum significa respeitar cada pessoa e cada nação, evitando guerras econômicas e bélicas. A Doutrina Social da Igreja defende a cooperação internacional e lembra que todos pertencem à família humana, com direitos e deveres compartilhados. Racismos, preconceitos, indiferença com pobres e minorias não podem ser admitidos.
Cabe à comunidade internacional firmar acordos que garantam solidariedade e equidade, prevenindo desequilíbrios de governantes que ameaçam a paz. A interdependência entre países ricos e pobres é realidade inescapável. É preciso consolidar uma nova cultura política, inspirada na cooperação e no bem comum, para que o desenvolvimento alcance todas as regiões. Caso contrário, até as nações ricas sofrerão regressão.
Derrotar o mal com o bem é meta luminosa: quando o bem vence, reina o amor, e no amor floresce a paz.