Quanto mais se sabe sobre a última ladroagem no INSS mais aumenta o nojo por essa gente que rouba o dinheiro alheio sem a menor cerimônia. Uma das ladras, Cecília Rodrigues Mota, presidia duas “instituições” das que vinham tungando o dinheirinho dos aposentados – uma delas com o sugestivo nome de Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil(?) - as duas tinham o mesmo endereço, em Fortaleza, e nenhuma estrutura para prestar qualquer serviço. Essa mulher fez, em um ano, 33 viagens passeando pelo mundo, em destinos como Dubai, Paris e Lisboa.
Um juiz federal negou dois pedidos da Polícia Federal: uma autorização para interceptar ligações dos envolvidos e o sequestro de bens dos ladrões até o limite de 6,3 bilhões, valor do rombo já descoberto. O magistrado entende que ainda não há razões para tal.
Já se sabe que um ladrão conhecido como “Careca” era o intermediário entre associações e servidores do INSS e recebeu, no mínimo, R$ 53 milhões dessas “entidades”.
Um tal Virgílio Antonio Filho, funcionário da Advocacia Geral da União, foi cedido, a pedido do ministro Carlos Lupi, para ser o procurador-geral do INSS. Tem dinheiro sujo na conta dele, da mulher, da cunhada, do cunhado...
Uma das entidades enroladas, de nome (olha o nome!) Centro de Estudos dos Benefícios e Pensionistas, contratou o advogado Enrique Levandowski, filho de Ricardo Levandowski... Hoje ministro da Justiça, já esteve por muito tempo no Supremo Tribunal Federal. Diz este que uma coisa não tem nada a ver com a outra, há de se respeitar o exercício da advocacia, etc., e tal...
O ministro Carlos Lupi diz que a culpa é do Bolsonaro, que o esquema começou em 2019 e que os culpados devem ser presos. Diz também que, se dependesse dele, o INSS não deveria intermediar desconto na folha dos aposentados. Esse “rolando lero” descarado não diz por que não tomou essa decisão. Aliás, ele estava envolvido em denúncias em 2005, perdeu o cargo de ministro de Dilma em 2011 por denúncias e voltou com Lula. O diacho é que o presidente pode até quer demiti-lo, mas, e o medo do PDT, partido do qual Lupi é dono, tirar o apoio ao governo. Lula tem outro sofrimento: explicar como um irmão é dirigente de uma das entidades que vinham tomando o pouco que os aposentados têm para comprar remédio e comida.
Brasília não muda. Ninguém governa sem os conchavos com o Congresso que, na essência, são o “toma lá dá cá” e a indecência continua. Por isso, tenho dito que há países com presidencialismo combinado com parlamentarismo, outros têm monarquia com presidencialismo e o nosso, desde a dita redemocratização, tem presidencialismo com chantagem.
Dá vontade de vomitar.
