A defesa dos atingidos pelo rompimento da barragem da Samarco apresentou, nesta quinta-feira (7), na corte inglesa, um documento da mineração que estimava os danos e os custos financeiros provocados por um possível rompimento da estrutura de Fundão.
Segundo a planilha, elaborada cinco anos antes do desastre, o desabamento da barragem poderia matar 100 pessoas e a indenização por vítima era estimada em US$ 200.
O montante total estimado era de US$ 1,25 bilhão para pagamento de multas, compensações, processos judiciais e reparações. O documento consta nas investigações e também em livros e matérias publicados ao longo dos últimos 9 anos.
As “perdas máximas possíveis” envolvuam restrição de produção, perda de equipamentos, custos de reparo, multas, ações judiciais e indenizações. Ainda segundo o documento, “parte da população do distrito de Bento Rodrigues seria exposta a uma enxurrada de água e sólidos”.
Segundo a estimativa de risco, se houvesse um efeito dominó “até o rompimento da barragem de Santarém” poderia ocorrer.
‘Todos cientes’
O escritório Pogust Goodhead apresentou os dados durante o interrogatório do ex-diretor de Governança e Risco da BHP para Minério de Ferro, Chris Corless. Segundo a defesa dos atingidos, o executivo teria admitido qur “todos estavam bem cientes” de que a comunidade de Bento Rodrigues seria a área mais afetada se a barragem entrasse em colapso e que isso poderia ocorrer em “menos de dez minutos”.
Outros documentos foram apresentados no julgamento para mostrar que nenhuma “simulação de evacuação” foi realizada no caso de colapso da barragem, na comunidade de Bento Rodrigues.
Os advogados das vítimas argumentam que a BHP sabia do risco de rompimento e não adotou nenhuma medida preventiva.
Resposta
Procurada pela coluna, a BHP disse que “não comentará interpretações de documentos apresentados nas audiências em andamento”.