O estoque de veículos elétricos importados chegou a 80 mil unidades do Brasil em agosto. O excesso de importação, segundo Márcio de Lima Leite, presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) gera impacto na indústria brasileira.
“Nós crescemos 14,5% nos emplacamentos. A média diária de emplacamentos voltou ao período pré-pandemia, o que é espetacular. Mas em termos de produção, nós ainda não estamos acompanhando, vendo o mesmo crescimento do mercado interno. Isso se deve principalmente em relação ao volume das importações”, explica.
Chineses
Segundo a associação, a importação de veículos chineses aumentou mais de 300% em relação ao ano anterior. “O acréscimo é principalmente veículos com novas tecnologias. né. Esse ano, só de veículos com as novas tecnologias, são os eletrificados e elétricos, mais de 120 mil veículos entraram no país . O crescimento das importações vindas da China teve um crescimento de 333 % comparando este período com o ano anterior. Então, é um volume muito expressivo em termos de crescimento de mercado”, detalha Leite.
Excesso
Embora haja demanda, a importação é considerada excessiva pela industria brasileira. “Este mês de agosto, o Brasil registra um estoque de veículos elétricos e eletrificados, de uma forma geral, de 80 mil veículos. É um número muito expressivo. Se nós emplacamos até agora algo em torno de 120 mil e nós temos em estoque 80 mil, significa que alguma coisa aí a gente tem que olhar com um pouco mais de atenção. Talvez o excesso de importação, que prejudica não apenas a indústria, pode gerar algum desequilíbrio também no mercado”, contabiliza.
Imposto
Para solucionar o impacto do excesso de entrada de veiculos eletrificados no território nacional, a ANFAVEA defende a recomposição imediata do imposto de importação."Então, a tarifa de importação para carros elétricos e híbridos estava 0,4% no ano passado, ela vem tendo um crescimento gradual, mas ainda não chegamos na alíquota padrão, que é a alíquota de 35%. Há duas semanas também tive a oportunidade de falar longamente com o presidente Lula sobre esse assunto. Há uma expectativa positiva de recomposição do imposto de importação no decorrer do ano de 2024", diz o presidente da ANFAVEA.