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Saída de Biden aumenta polarização nas eleições dos EUA

Entrada de Kamala Harris e possibilidade de Michelle Obama dão gás a democratas na corrida eleitoral

Kamala Harris e Michelle Obama são cotadas para disputar eleição no lugar de Biden

A desistência de Joe Biden de disputar a presidência dos Estados Unidos aumenta a polarização na corrida eleitoral americana. Ao fazer o anúncio da retirada da candidatura, no último domingo (21), e ao declarar apoio à sua vice, Kamala Harris, Biden turbinou a participação dos Democratas na corrida eleitoral e também o financiamento de campanha.

Nas primeiras 24 horas, Harris arrecadou cerca de US$ 50 milhões. Isso ocorreu não apenas porque ela reforçou os pedidos, mas porque Biden, ao demonstrar fragilidades de saúde e oratória, acabou rechaçando financiadores do partido.

Primeira mulher negra na presidência

No entanto, apesar de os recursos tornarem a candidatura democrata mais competitiva, os fatores de polarização estão mais centrados na figura da candidata do que no apoio financeiro. Kamala Harris, que é filha de imigrantes (mãe indiana e pai jamaicano), representa mais essa parcela da população do que Biden representava.

O fato de ser uma mulher negra também é outra característica que unifica parte do eleitorado no entorno de Harris e contra Donald Trump. Além de ser uma possibilidade de firmar um marco histórico ao ter a chance de eleger a primeira mulher e a primeira negra presidente dos Estados Unidos.

Michelle Obama

Nessa esteira, a ex primeira-dama, Michelle Obama, tem sido ventilada como uma candidata fortíssima. Há pesquisas que apontam que ela seria a única com chances de vencer Donald Trump. Michelle se dedica a projetos sociais e compartilha dos valores do marido, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, o mais votado da história do país, e que teve o mandato marcado por reformas, como a política de saúde que ficou conhecida como Obamacare.

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No entanto, pela legislação americana, Kamala Harris é a única que pode herdar o financiamento já destinado a Biden. Michelle teria que começar a arrecadação do zero. Entre políticos da esquerda brasileira a maior parte da torcida é por Michelle, considerada “mais progressista”

De toda forma, tanto uma quanto outra, mantem acesa a chama de esperança daqueles que querem ver a primeira mulher negra eleita presidente dos Estados Unidos. Apesar do apoio de Biden e da alavancada de arrecadação de Kamala, qualquer que seja o nome será escolhido pelos delegados do partido em agosto. As eleições americanas serão em novembro.

Apoio

A desistência de Biden agitou celebridades e políticos, mostrando como o nome de Kamala pode dar um gás na campanha democrata. A atriz Viola Davis, que é ativa nas redes sociais e sempre se posiciona politicamente, declarou seu apoio ao nome da vice. “Eu estou com ela”, escreveu Viola ao replicar o post de Harris. Na mesma postagem, a atriz citou uma frase da feminista americana Bárbara Jordan. “O que as pessoas querem é simples. Elas querem uma América tão boa quanto a sua promessa”.

Viola Davis declara apoio a Kamala Harris

Além de Bill Clinton, a esposa, Hillary Clinton, ex-secretária de estado e ex-senadora também demonstrou apoio a Harris. “Conheço Kamala Harris há muito tempo. Esta brilhante promotora defenderá o caso contra o criminoso condenado Donald Trump e a agenda do Projeto 2025 para tirar nossas liberdades. Mas ela não pode fazer isso sozinha. Faça parte desta campanha histórica no link do meu perfil”, escreveu.

Hillary Clinton faz post de apoio a Kamala Harris


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Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.

A opinião deste artigo é do articulista e não reflete, necessariamente, a posição da Itatiaia.