“Você é muito incompetente. Isso está uma porcaria! Fulano faz melhor que você. Se continuar assim, vai ser demitido. Você só está aqui porque temos pena.”
Já ouviu frases como essas, que desmerecem e desqualificam um profissional? Ou ainda aquelas que humilham, silenciam ou isolam alguém no ambiente de trabalho?
“Não quero saber da sua opinião. Fique no seu canto, é o melhor que você faz. Nem vamos te chamar, você nunca contribui mesmo. Você só atrapalha.”
Infelizmente, existem muitas formas de violência que vão além do grito — algumas se escondem em frases ditas com descaso ou ironia:
“Vai chorar agora? Só faltava essa. Você é meio lento mesmo. Esse aí só funciona com alguém no pé.”
Como você se sente ao ler esses comentários? Causa um desconforto, não é? Essas falas não são ficção, estão presentes em empresas, escolas, repartições públicas e privadas.
Hoje, vou falar sobre uma violência silenciosa e persistente que está presente no universo corporativo: o assédio moral no trabalho.
Essa prática, muitas vezes disfarçada de brincadeira ou cobrança, tem o objetivo de diminuir, intimidar, isolar ou até prejudicar sistematicamente um colega. Pode vir em forma de piadas vexatórias, críticas constantes sem fundamento, gritos em público, tarefas humilhantes, exclusão social ou comentários que corroem a autoestima de quem os escuta.
O assédio moral se caracteriza pela repetição e continuidade de atitudes abusivas, criando um ambiente hostil que afeta diretamente a saúde mental do trabalhador. Os impactos vão desde ansiedade, medo, esgotamento emocional e depressão até a síndrome de burnout. É um processo que mina a segurança psicológica, a autoestima e o bem-estar do indivíduo.
E os reflexos não param por aí. Para a organização, as consequências também são profundas: queda na motivação, aumento do absenteísmo, alta rotatividade de pessoal (turnover), queda na produtividade e prejuízos legais, inclusive financeiros. Além disso, a reputação da empresa também é afetada.
Vale lembrar: assédio moral é crime. Desde a Lei 14.457/2022, há previsão legal para responsabilização. Mas mais do que evitar sanções, é dever das lideranças criar ambientes de trabalho seguros, respeitosos e acolhedores.
É preciso fomentar uma cultura de respeito, com políticas claras contra o bullying e o assédio. Promover palestras, treinamentos, rodas de conversa, canais de escuta segura e ações contínuas que fortaleçam o pertencimento, a colaboração e o bem-estar.
Empresas que investem em ambientes saudáveis colhem os frutos: equipes mais engajadas, maior inovação, crescimento sustentável e relações interpessoais mais fortes. Que possamos cobrar, promover e fortalecer essas mudanças todos os dias; não só no calendário, mas na prática.
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@ingridfhaas