O mercado de carbono tem ganhado espaço nas discussões ambientais e políticas, sendo uma estratégia importante para combater as mudanças climáticas. Seu conceito básico é simples: ele funciona a partir de créditos de carbono, uma espécie de moeda verde que representa a redução ou retirada de uma tonelada de CO₂ da atmosfera. Esses créditos podem ser negociados entre empresas e países, gerando uma compensação para quem emite mais gases de efeito estufa do que o permitido.
Esclarece-se que existem dois tipos principais de mercado de carbono, o mercado regulado, que é imposto por políticas governamentais, e o mercado voluntário, no qual empresas e indivíduos adquirem créditos para compensar suas emissões sem obrigatoriedade legal.
Quanto ao mercado regulado, que pode ser em nível internacional, no âmbito do Acordo de Paris, ou regional, nacional e subnacional, é estabelecido um teto para as emissões de setores específicos e aqueles que ultrapassam esse limite precisam comprar créditos, enquanto os que emitem menos podem vender seus créditos excedentes.
Já no mercado voluntário, o objetivo é demonstrar compromisso ambiental, o que tem atraído empresas que buscam fortalecer suas marcas em um mercado cada vez mais orientado à sustentabilidade.
Assim, esse sistema oferece vantagens, como incentivo financeiro para práticas mais limpas e redução de emissões globais. Empresas que se envolvem no mercado de carbono alinham-se com expectativas de consumidores, além de se prepararem para um futuro onde essas regulamentações podem se tornar mais rígidas.
Contudo, o mercado de carbono enfrenta desafios. A falta de regulamentação e padronização global, somada ao risco de “greenwashing” – prática de promover uma imagem ambiental falsa – representa um problema. Algumas empresas, sem transparência, adquirem créditos de projetos com impacto ambiental questionável apenas para melhorar sua imagem. Para que o mercado de carbono seja efetivo, é necessário que a regulamentação e a transparência avancem, eliminando práticas duvidosas e garantindo credibilidade.
Apesar dos desafios, o mercado de carbono é uma estratégia promissora. Com o avanço das políticas ambientais, ele tende a se fortalecer, sendo essencial no cumprimento das metas do Acordo de Paris para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Ressalta-se que há um projeto de lei que cria regras para o mercado de carbono no Brasil que será votado no Senado na próxima terça-feira (dia 11 de novembro). O texto define um limite para as emissões de gases de efeito estufa através de um sistema de compensação, bonificando empresas que diminuem a emissão de CO₂ na atmosfera e penalizando aquelas que poluem mais.