Nas semanas anteriores saiu em vários jornais que o Brasil despeja 1,3 milhão de toneladas de plástico nos mares, o que representaria 8% da poluição global. Segundo a Organização das Nações Unidas, a ONU a poluição por plásticos é a segunda maior ameaça depois da emergência climática.
Ano passado num estudo produzido por uma organização sem fins lucrativos que investiga as principais questões mundiais sobre a poluição plástica, estima que o lixo plástico no oceano some 170 trilhões de partículas, o que significaria uma massa total de 2,3 milhões de toneladas de plásticos nos mares do mundo.
O plástico surgiu no final do século XIX e ganhou força ao longo do século XX, revolucionando a indústria e o cotidiano. A história do plástico é marcada pela busca por materiais sintéticos que pudessem substituir recursos naturais escassos e oferecer novas funcionalidades.
Entretanto o excesso de plástico em nossa vida tornou-se um caos. Tem-se desde o canudinho, sacolas plásticas, copos, garrafas d’água, capas de chuva e outros tantos objetos usuais no nosso dia a dia. A princípio surgiu para facilitar a vida e hoje é um grande poluidor dos oceanos.
A vida útil de um plástico é longa e demora de 100 a 500 anos para se decompor. As sacolas plásticas levariam de 10 a 20 anos para se decompor em condições naturais, mas ainda assim deixam microplásticos no ambiente. As garrafas PET podem levar até 450 anos para se decompor. Os copos de isopor demoram mais de 500 anos para se decompor. Apesar de ser leve e barato, o poliestireno é difícil de reciclar e comumente descartado após um único uso. O PVC, usado em canos, embalagens e pisos, pode demorar de 100 a 300 anos para se decompor. Em alguns casos, durante sua degradação, pode liberar substâncias tóxicas.
Infelizmente, muitos destes produtos são descartados incorretamente e vão para ao rios e de lá para o mar. Pela exposição ao sol, a radiação UV pode quebrar ligações químicas, acelerando a fragmentação. No entanto, a degradação é superficial e não reduz o plástico a elementos naturais.
Durante sua lenta decomposição, muitos plásticos se fragmentam em partículas menores, chamadas microplásticos, que não se decompõem totalmente e continuam acumulados no ambiente.
Num estudo recente, realizado pela Universidade Federal do Pará (UFPA) foram encontrados, em média, seis pedaços de plástico dentro do corpo de 98% dos peixes coletados por um grupo de pesquisadores em nascentes e riachos da Amazônia.
Os pesquisadores afirmam que a ingestão de plástico pode provocar mortandade desses peixes ou afetar a reprodução deles e levar ao desequilíbrio da cadeia alimentar; ou mesmo que esse material sintético pode, em última análise, parar no corpo humano.
A durabilidade do plástico é um desafio para a sustentabilidade e a gestão de resíduos, impulsionando a necessidade de reduzir o uso de plásticos descartáveis e melhorar os sistemas de reciclagem e gestão de resíduos.
Urge tratar dessa questão com mais rigor, colocando a educação ambiental como prioridade, elaborando leis que obriguem os fabricantes a produzirem plásticos biodegradáveis, fazer mais campanhas sobre a reciclagem desses produtos. Além de realizar a logística reversa, que é uma estratégia essencial para a sustentabilidade. Consistindo em organizar o retorno de produtos e resíduos pós-consumo ao ciclo produtivo, com o objetivo de reduzir o descarte inadequado e promover a reutilização e reciclagem.
 
                 
 
 
 
