No sul de Minas, Santa Rita do Sapucaí tem se firmado como um dos principais polos de inovação da América Latina. Ampliando sua vitrine global, de 31 de julho a 3 de agosto, a cidade volta a receber o HackTown 2025, a nona edição do maior festival de inovação, negócios, tecnologia e criatividade.
Durante quatro dias, Santa Rita do Sapucaí deixa de ser apenas uma cidade pacata, de pouco mais de 40 mil habitantes, para se transformar num centro da inovação global. O festival vai ocupar as ruas, praças, bares, escolas e teatros, com uma programação intensa e diversa: são mais de mil atividades, 500 startups e nomes de peso como Google Cloud e AWS, patrocinadoras confirmadas.
O HackTown não acontece em pavilhões ou centros de convenções. Ele se espalha pela cidade como uma grande rede de encontros. Assim, uma palestra pode rolar no quintal de uma casa, uma roda de conversa acontecer no meio de um bar ou uma ideia nascer numa mesa de café. Essa proposta, descontraída e acessível, aproxima o público dos temas mais complexos e mostra que inovação também pode ser leve, humana e afetiva.
A presença do festival em Santa Rita do Sapucaí reforça o papel da cidade como polo de tecnologia desde os anos 60, com a criação da ETE, do Inatel e da FAI. Hoje, são mais de 160 empresas do setor ali instaladas e um clima de inovação que deu ao município o apelido de “Vale da Eletrônica”. E o HackTown é o momento em que todo esse ecossistema pulsa ainda mais forte.
Criatividade com sotaque e impacto global
O HackTown é muito mais do que um evento de tecnologia. Ele abraça temas que atravessam a vida cotidiana e provoca reflexões sobre o presente e o futuro. A curadoria deste ano percorreu cidades do Norte e Nordeste do Brasil, além de centros como Harvard, MIT, Xangai, Medellín e Havana, para trazer olhares diversos e conectados com a realidade do país.
Entre os temas que vão movimentar ideias, debates e discussões estão inteligência artificial, deepfakes, educação, ancestralidade, saúde mental, sustentabilidade, espiritualidade e políticas públicas. Tudo isso com a participação de nomes como Neil Redding, futurista e CEO da Redding Futures; Nathalia Arcuri, fundadora do Me Poupe!; Monge Enjo, do templo Taikanji; e diversos pesquisadores, criadores e empreendedores sociais de diferentes partes do Brasil e da América Latina. É um conteúdo vivo, feito para ser sentido — e não apenas assistido.
Mas o mais potente talvez seja o ambiente. O HackTown é o lugar onde uma startup encontra seu primeiro investidor, onde um produtor cultural cruza ideias com um pesquisador, e onde o interior de Minas mostra ao mundo que inovação não é exclusividade de grandes centros urbanos. Pelo contrário: ela floresce ali, onde há espaço para escuta, troca e conexão genuína entre as pessoas.
Um festival que movimenta ideias e negócios
A cada edição, o HackTown impulsiona a economia de Santa Rita do Sapucaí e da região. São mais de R$ 30 milhões injetados no comércio local, comércios lotados, hotéis cheios e cidades vizinhas como Itajubá e Pouso Alegre entrando na rota do turismo criativo.
Em 2024, foram mais de 30 mil pessoas participando e mais de 50 mil horas de conteúdo compartilhado. Um número que, por si só, já impressiona — mas que ganha outra dimensão quando se entende o impacto humano disso tudo. São conexões que mudam rumos, parcerias que nascem ali mesmo e ideias que saem do papel.
Para as startups, é uma vitrine única. Participar do HackTown é ter acesso a um ecossistema fértil para testar projetos, receber feedback direto de especialistas, conquistar visibilidade e até atrair investidores. Não à toa, o festival é visto como um divisor de águas por muitos empreendedores.
Unindo mineiridade e inovação, Santa Rita do Sapucaí, com seu café passado na hora, suas ladeiras tranquilas e seu sotaque acolhedor, se revela como um dos lugares mais vibrantes da nova economia criativa do Brasil. Um território onde tradição e futuro caminham lado a lado e onde, por quatro dias, o mundo inteiro olha para Minas Gerais.
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