Uma espiral em tons de rosa, amarelo e laranja é a imagem divulgada nesta quarta-feira (18) por astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO) de uma galáxia distante, que ajuda a entender melhor seu funcionamento.
“Galáxias são sistemas incrivelmente complexos que ainda lutamos para entender”, lembra Enrico Congiu em um comunicado do ESO, que liderou um estudo publicado nesta quarta-feira na revista Astronomy & Astrophysics.
Embora sejam extremamente grandes, sua evolução depende de fenômenos que ocorrem em escalas muito menores e envolvem seus elementos constituintes: estrelas, gás e poeira.
Esses elementos emitem cores diferentes, mas as imagens convencionais capturam apenas algumas.
O novo mapa da galáxia do Escultor publicado pelo ESO inclui milhares delas.
Esta galáxia, localizada a 11 milhões de anos-luz de distância, não foi escolhida aleatoriamente.
Ela está “próxima o suficiente” para poder “estudar seus elementos constituintes com incrível detalhe” e “é grande o suficiente para que possamos vê-la como um sistema completo”, explica Congiu.
Os pesquisadores a observaram por mais de 50 horas usando o instrumento Multi Unit Spectroscopic Explorer (MUSE) do Very Large Telescope (VLT) no Chile. Eles montaram mais de 100 exposições para cobrir uma área da galáxia com aproximadamente 65.000 anos-luz de largura.
“Podemos dar um zoom para estudar regiões específicas onde as estrelas estão se formando”, mas também “reduzir para estudar a galáxia como um todo”, diz Kathryn Kreckel, da Universidade de Heidelberg (Alemanha), coautora do estudo.
Em uma análise inicial dos dados, a equipe descobriu cerca de 500 nebulosas planetárias na galáxia — regiões de gás e poeira ejetadas por estrelas moribundas semelhantes ao Sol.
“A descoberta de nebulosas planetárias nos permite verificar a distância até a galáxia, informação essencial da qual dependem outros estudos sobre ela”, observa Adam Leroy, professor da Universidade Estadual de Ohio (EUA) e coautor do estudo.
Projetos futuros usando este mapa explorarão como o gás flui, como sua composição muda e como ele forma estrelas por toda a galáxia, diz o ESO
* AFP