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Chat GPT é usado para seleção em Harvard e resultado é considerado ‘medíocre’

O jornal Washington Post pediu a um ex-conselheiro da Universidade de Harvard, em Massachusetts, para revisar um texto de admissão gerado pelo Chat GPT

O jornal Washington Post pediu a um ex-conselheiro da Universidade de Harvard revisar um texto de admissão gerado pelo Chat GPT

Um teste feito pelo jornal norte-americano Washington Post considerou os textos produzidos pelo Chat GPT para o processo de admissão na Universidade Harvard como “medíocres”, “clichês” e “estereotipados”.

Desde seu lançamento em 2022, a ferramenta da Open IA vem sendo utilizada para produzir trabalhos de estudantes. A inovação possibilitou que candidatos usem a inteligência artificial para falsificar trabalhos de admissão em universidades nos EUA.

O jornal Washington Post, dos EUA, pediu a um ex-conselheiro de Harvard, a melhor universidade do mundo, para revisar um texto de admissão gerado pelo Chat GPT.

O resultado foi classificado como “particularmente inútil” para essa função. Entenda:

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Ensaios universitários

Os “ensaios de admissão” em universidades dos EUA são peças escritas que os candidatos submetem como parte do processo de seleção.

Eles oferecem aos estudantes a oportunidade de apresentar informações pessoais, experiências de vida, objetivos acadêmicos e outros elementos que não são refletidos em testes padronizados.

Os textos respondem a perguntas específicas formuladas pelas instituições de ensino ou abordam tópicos amplos que permitem aos candidatos expressar quem são, o que os motiva e como poderiam contribuir para a comunidade acadêmica.

O método permite que os candidatos demonstrem habilidades de redação, pensamento crítico e autoconhecimento - sendo crucial no processo de seleção.

Chat GPT na Universidade de Harvard?

O jornal Washington Post, dos EUA, pediu para um especialista em chatbots de IA gerar um ensaio de admissão em Harvard usando o Chat GPT e pediu a um ex-conselheiro da Universidade para revisar o texto.

O tema apresentado era: “Discuta uma conquista, evento ou realização que tenha desencadeado um período de crescimento pessoal e uma nova compreensão de si mesmo ou dos outros.”

O ensaio criado pelo Chat GPT descreve o momento em que um jovem recitou seu primeiro poema, abordando as dificuldades enfrentadas por sua comunidade, como instabilidade financeira, preconceito racial e perda de uma amiga de infância.

A redação, gerada de forma autônoma pela IA, destaca como a apresentação envolveu o autor com vizinhança, que passou a organizar noites de poesia e usar plataformas digitais para abordar o racismo sistêmico - conectando a paixão pela poesia com o conhecimento adquirido em aulas de sociologia.

O especialista, Adam Nguyen, que anteriormente revisava ensaios de admissão na Universidade Harvard, em Massachusetts (EUA), avaliou o resultado como “inútil”.

“Uso inadequado”

Em reportagem do Washington Post, o ex-conselheiro concluiu que os ensaios produzidos pelo Chat GPT careciam de detalhes específicos, são “clichês” e, muitas vezes, “estereotipados”.

Embora gramaticalmente corretos, o ensaio foi considerado “medíocre”. O especialista enfatizou que a IA pode ser útil para escrita cotidiana, mas é inadequada para ensaios de Universidades - que exigem “reflexão pessoal” e uma “narrativa convincente”.

Adam Nguyen alertou que o Chat GPT pode criar ensaios de “má qualidade”, que não refletem a verdadeira identidade do estudante e podem prejudicar a sua admissão.

Além disso, ele revelou que atualmente as universidades dos EUA estão implementando ferramentas de triagem para filtrar ensaios gerados por sistemas de inteligência artificial.

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Formado em Jornalismo pela UFMG, com passagens pelo jornal Estado de Minas/Portal Uai. Hoje, é repórter multimídia da Itatiaia.