Tudo começa com a extração de células de um peixe a partir de um processo inofensivo para o animal. Depois, elas são misturadas com um coquetel de nutrientes para que se dividam, se multipliquem e amadureçam. Os especialistas, então, direcionam as células para se tornarem músculo e gordura, e depois as coletam para transformá-las em
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Tudo isso ocorre na Umami Meats, uma empresa de Singapura que atua no segmento de frutos do mar cultivados em laboratório. Em parceria com a Steakholder Foods, as células cultivadas são adicionadas a uma biotinta com ingredientes baseados em plantas.
A substância, então, é usada na impressão de camadas de células até formar o filé de peixe. Uma das vantagens do método é que a textura em lascas é semelhante à de um peixe natural. O peixe utilizado foi uma garoupa: segundo a Umami, ela é mais saudável do que a encontrada no mar, já que não contém antibióticos, mercúrio ou microplásticos.
A Steakholder Foods diz que esse é o primeiro peixe a ser impresso em 3D no mundo. A empresa comercializa a bioimpressora 3D utilizada na fabricação do alimento. Por enquanto, a carne cultivada dessa forma tem alto custo, limitações biológicas e dificuldade para produção em massa. Segundo a companhia, entretanto, a complexidade e o nível dos produtos deve continuar a aumentar, enquanto os preços de produção e distribuição diminuem.
A Umami, por sua vez, diz que busca deixar o peixe cultivado mais barato. Já especialista na produção de células de garoupa e enguia, tem planos de adicionar mais três espécies à lista ainda neste ano. Os produtos devem chegar ao mercado em 2024: primeiramente a Singapura e depois aos EUA e ao Japão.