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Shein quer criar empregos e produzir peças no Brasil

Marca vai estabelecer parceria com 2 mil fábricas brasileiras e investir R$ 750 milhões no país

Shein quer produzir peças de vestuário no Brasil

Até o fim de 2026, cerca de 85% das vendas da Shein devem ser locais, tanto de fabricantes como de vendedores. Essa é a expectativa da marca, que acaba de anunciar parceria com 2 mil fábricas brasileiras e investimento inicial de R$ 750 milhões para fornecer tecnologia e treinamento a elas.

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Segundo a empresa, o objetivo é tornar o Brasil um polo mais moderno de produção têxtil e de exportação para a América Latina. Nos próximos três anos, a companhia estima a criação de aproximadamente 100 mil empregos para produzir suas peças de vestuário.

O investimento deve ajudar as fabricantes a atualizar seus modelos de produção para o formato sob demanda da Shein. Com isso, elas poderão gerenciar melhor os pedidos, reduzir o desperdício e diminuir o excesso de estoque — o resultado é mais agilidade para atender à demanda do mercado.

Esse movimento de onshoring (ou seja, de produção local dos bens) deve contribuir para a competitividade da indústria têxtil e impulsionar exportações. “A chave para a estratégia de crescimento é favorecer a escala global e a excelência operacional para apoiar e contribuir para economias e ecossistemas locais”, afirma Marcelo Claure, chairman da Shein para a América Latina.

Ele aponta que desde o lançamento do e-commerce no Brasil, em 2020, a demanda é crescente. “Vimos a oportunidade de localizar mais nossa cadeia de fornecimento para beneficiar os consumidores, as pequenas empresas e a economia em geral.”

Vendedores locais

Para atender às demandas dos clientes brasileiros — tanto por mais variedade de produtos e categorias quanto por tempos de entrega menores — a Shein criou um marketplace para vendedores locais. Um dos objetivos é ajudar a capacitar essa comunidade. O modelo apoia vendedores locais para que suas marcas sejam reconhecidas.

Segundo Felipe Feistler, general manager da empresa no Brasil, a companhia está comprometida a apoiar o crescimento econômico no país. “Nosso objetivo é apoiar fabricantes e fornecedores brasileiros para que aumentem seu alcance e crescimento no Brasil, além de agir como bloco de construção para futuras oportunidades.”

Paralelamente, a plataforma vai aderir ao plano de conformidade da Receita Federal do Brasil (RFB). “Se a regra valer para todo mundo, eles absorverão os custos dessa conformidade, não repassarão”, diz Fernando Haddad, ministro da Fazenda. “Nós queremos investimentos estrangeiros, nós apreciamos do comércio eletrônico, queremos condições competitivas para que nós não prejudiquemos empregos no Brasil e lojas do varejo brasileiro.”

Haddad informa que o plano de conformidade vai seguir o exemplo de outros países. "É o que se chama no exterior de imposto digital. Quando o consumidor compra, ele está desonerado de qualquer recolhimento de tributo. A tributação vai para a empresa, que não repassa nenhum custo adicional para o consumidor.”