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Nubank informa não ter exposição ao Silicon Valley Bank; entenda o caso

Falência de banco que se especializou em serviços para startups de tecnologia acendeu alerta em outras instituições

Silicon Valley Bank faliu na sexta-feira

O Nubank informou neste sábado (11) não ter “qualquer exposição” ao Silicon Valley Bank (SVB), maior instituição financeira dos Estados Unidos a quebrar desde a crise financeira de 2008.

“A Nu Holdings Ltd. comunica aos seus acionistas e ao mercado que nem a Companhia nem nenhuma de suas subsidiárias têm qualquer exposição ao Silicon Valley Bank”, declarou a empresa, em comunicado divulgado há pouco.

Startups brasileiras que possuíam reservas no SVB começaram a se movimentar ainda na quinta-feira (9) para tentar retirar o dinheiro do banco norte-americano.

O valor total seria de US$ 3 bilhões, segundo a Trace Finance, startup cuja plataforma permite a outras startups movimentar recursos nos Estados Unidos.

O que é o SVB?

Fundado em 1983, o SVB se especializou em serviços bancários para startups de tecnologia. Forneceu financiamento para quase metade das empresas americanas de tecnologia e saúde apoiadas por capital de risco.

Embora relativamente desconhecido fora do Vale do Silício, o SVB estava entre os 20 maiores bancos comerciais americanos, com US$ 209 bilhões (cerca de R$ 1 trilhão) em ativos totais no final do ano passado, de acordo com o Corporação Federal de Seguro de Depósitos dos EUA (FDIC).

Por que o SVB faliu?

Em suma, o SVB encontrou uma clássica corrida ao banco. Várias forças colidiram para derrubar o banqueiro. Primeiro, houve o Federal Reserve, que começou a aumentar as taxas de juros há um ano para domar a inflação.

O Fed agiu de forma agressiva e os custos de empréstimos mais altos minaram o ímpeto das ações de tecnologia que beneficiaram o SVB.

As taxas de juros mais altas também corroeram o valor dos títulos de longo prazo que o SVB e outros bancos engoliram durante a era das taxas de juros ultrabaixas, quase zero.

A carteira de títulos de US$ 21 bilhões (cerca de R$ 100 bilhões) do SVB estava rendendo uma média de 1,79% – o atual rendimento do Tesouro de 10 anos é de cerca de 3,9%.

Ao mesmo tempo, o capital de risco começou a secar, forçando as startups a sacar os fundos mantidos pelo SVB.

Assim, o banco estava parado sobre uma montanha de perdas não realizadas em títulos no momento em que o ritmo de saques dos clientes aumentava.

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