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Brasil é segundo país mais atingido por ciberataques na América Latina

País teve mais de 100 bilhões de tentativas de invasão e fica atrás apenas do México

Cibercriminosos atacam constantemente no Brasil

Com 103,1 bilhões de ataques cibernéticos em 2022, o Brasil ocupa a segunda colocação no índice de países que mais sofreram com o cibercrime na América Latina. O volume é 16% superior ao registrado em 2021 e coloca o país atrás apenas do México, onde houve 187 bilhões de tentativas de invasão no mesmo período. Os dados são da Fortinet.

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Os países estão bem à frente de outras nações da região: a Colômbia, em terceiro lugar, teve 20 bilhões de incidentes e o Peru, que vem em seguida, registrou 15,4 bilhões de tentativas de ataque. Segundo a Fortinet, entre o terceiro e o quarto trimestres de 2022, a atividade criminosa registrada no Brasil cresceu 61,7%. Isso é resultado, principalmente, da distribuição de malware e da exploração de falhas conhecidas, ainda não corrigidas pelas corporações.

O levantamento demonstra que o ransomware continua em alta, com 82% dos casos registrados em 2022. Para os especialistas, o cibercrime como serviço — modalidade em que desenvolvedores de ameaças oferecem suas soluções a quem quiser realizar ataques — auxilia esse movimento. Além disso, tensões geopolíticas globais levaram a mais ataques voltados à destruição de arquivos: essas atividades tiveram aumento de 53% entre o terceiro e o quarto trimestres de 2022.

As ações com fins financeiros representam 73,9% dos registros de 2022. A espionagem, segunda motivação mais comum, atinge 13%. Para garantir mais agilidade, os criminosos reutilizam códigos ou usam falhas conhecidas para entrar e permanecer nos sistemas — eles confiam na demora das empresas para atualizar seus sistemas ou para aplicar medidas de segurança.

Derek Manky, estrategista-chefe de segurança e vice-presidente global de inteligência de ameaças da FortiGuard Labs, destaca que os códigos mais prevalentes no segundo semestre de 2022 tinham mais de um ano de criação. “A reutilização de códigos é uma maneira eficiente e lucrativa para os criminosos obterem resultados enquanto fazem ajustes para superar obstáculos defensivos”, explica.