Com 115 anos e 252 dias, a pessoa viva mais velha do mundo, segundo o Guinness World Records, é a britânica Ethel Caterham. Porém, há um senhorzinho mais velho que ela na região Centro-Oeste de Minas Gerais: Levino da Costa de Jesus, de 118 anos mora no asilo Cidade Ozanan, em Pará de Minas.
Seu Levino, carinhosamente chamado de Vô no asilo, nasceu em Ascensão, distrito de Pará de Minas e chegou ao Cidade Ozanan aos 100 anos, acompanhado do irmão, que faleceu posteriormente.
Levino da Costa de Jesus, de 118 anos
Hoje, 18 anos depois, ele continua sendo cuidado pela equipe do local e está bem de saúde, segundo a coordenadora, Caroline Maria de Abreu Coronado. “Eu sou suspeita para falar, ele é uma gracinha, nosso xodózinho, cada dia melhor, graças a Deus”, contou.
Seu Levino faz uso de cadeira de rodas e toma nove remédios diariamente. Ele é ativo e pratica exercícios físicos regularmente, sempre com uma fisioterapeuta.
O idoso, segundo a coordenadora, faz pilates e é acompanhado por fonoaudiólogos, psicólogos e terapeutas ocupacionais. Além disso, o idoso faz parte das oficinas do asilo, como o coral, por exemplo.
‘Verdadeiro tesouro’
No aniversário de 118 anos, em maio desse ano, Levino ganhou uma grande festa no Cidade Ozanan, com muita comida e música boa. Os moradores do asilo se reuniram com a equipe para festejar o aniversário de Levino.
Em uma publicação para mostrar a festa, a organização classificou seu Levino como um homem “cheio de história, sabedoria e doçura”. "[Ele] é um verdadeiro tesouro da nossa instituição”, publicou a direção do local.
História
Certidão de nascimento de Levino da Costa de Jesus
A Itatiaia obteve a certidão de nascimento do idoso, documento lavrado em 1976. Os registros de nascimento datam do dia seis de maio de 1907, no distrito de Ascensão. Levino passou a vida toda na região de Pará de Minas, em cidades como Florestal.
Seu Levino teve três irmãos. Em entrevista à Itatiaia, o sobrinho dele, João Brás Rodrigues, relatou que o tio trabalhou na roça e foi andarilho por muitos anos e se tornou muito conhecido: “Ele não estudou. Na roça, ele fazia de tudo. Depois, ele virou andarilho, andou muitos anos por aqui e era conhecido por todo mundo”, conta João.
Levino não teve filhos e não se casou, mas foi acolhido por uma senhora que o levou com o irmão ao Cidade Ozanan.
Ensinamento
Para a coordenadora do asilo, o maior ensinamento deixado por Levino é o “valor da vida em sua forma mais pura”.
“Mesmo com o passar de tantos anos, ele nos ensina - no olhar, no silêncio, no simples respirar - que viver é um dom, e que cada dia é uma nova chance de agradecer. Ele nos mostra que o tempo, quando vivido com fé, paciência e amor, não pesa: ele floresce. Sua presença é um lembrete constante de que a vida é feita de pequenas alegrias, de perdão, de esperança e de gratidão. Cada sorriso dele é uma lição. Cada gesto, uma história. E nós, que temos a graça de conviver com ele, aprendemos que o segredo da longevidade está em viver com leveza, serenidade e coração aberto”, disse.
