Ribeirão das Neves, na Grande BH, pode receber novos terminais rodoviários e a criação de faixas exclusivas para ônibus na BR-040. Os terminais funcionariam nos moldes das estações do sistema MOVE, com tarifa integrada e possibilidade de baldeação. No entanto, o projeto ainda está em fase inicial de estudo, com conclusão prevista em até 90 dias. Só depois desse prazo a implantação começará a ser considerada.
Segundo o secretário adjunto de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias, Pedro Calisto, a proposta ainda passa por consulta pública com a população.
“O que está acontecendo agora é uma escuta ativa para entender, na perspectiva dos moradores, quais são os desafios da mobilidade em cada região. Só depois disso é que será avaliado se o terminal traz benefícios reais. Se for vantajoso e houver interesse da população, será levado adiante. Às vezes, há um pessimismo precoce, mas o projeto só avançará se tiver premissas claras de melhoria para quem utiliza o transporte”, afirmou.
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Apesar das promessas de melhorias, a possibilidade de implantação do sistema MOVE em Neves tem gerado insatisfação entre os passageiros que dependem diariamente do transporte metropolitano entre a cidade e Belo Horizonte. Muitos usuários consideram a baldeação como um entrave, que pode tornar a viagem mais demorada.
A insatisfação motivou um protesto pacífico às margens da BR-040 e um abaixo-assinado, que já reúne mais de mil assinaturas. “Moro em Neves há 24 anos e uso transporte público todos os dias para chegar ao meu trabalho, na região do Prado. Essa mudança não vai prejudicar só a mim, mas todos que dependem dos ônibus”, afirma Gabriel Souza de Moura, operador de telemarketing.
Mateus Danod, auxiliar administrativo, teme o aumento no tempo de deslocamento e a insegurança ao chegar em casa. “Há 12 anos moro em Ribeirão das Neves. Preciso ir a BH para consultas médicas e compromissos. Hoje, pego um ônibus direto. Com esse novo sistema, terei que pegar dois. Já enfrento trânsito no Ceasa e meu bairro tem poucos horários de ônibus. E como será para voltar para casa com segurança, tendo que trocar de condução?”, questiona.