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Setor defende importância da autoescola e detalha custos para tirar CNH

De acordo com o Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Minas Gerais (Sindicfc-MG), mais de R$ 850 são gastos em taxas obrigatórias

De acordo com o Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Minas Gerais (Sindicfc-MG), mais de R$ 850 são gastos em taxas obrigatórias

A proposta do governo federal de mudar o processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) é alvo de questionamentos por parte do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Minas Gerais (Sindicfc-MG). O setor defende que o custo “caro” para tirar o documento não é responsabilidade apenas das autoescolas.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Minas Gerais (Sindicfc-MG), Alessandro Dias, mais de R$ 850 são gastos em taxas obrigatórias.

“É preciso discutir formas de tornar o acesso à habilitação mais justo, mas sem abrir mão da segurança e da qualidade da formação. O problema não está nas autoescolas, e sim na estrutura de custos e exigências impostas ao processo de habilitação”, afirmou Dias.

Ainda segundo Dias, os custos com as taxas do Detran/MG antecedem qualquer pagamento à autoescola. O representante do setor citou como exemplos a licença para aprendizagem de direção (LADV – R$ 82,90) e os exames médico e psicológico (R$ 443,70).

Outras taxas do Detran somam R$ 331,86, o que leva o candidato a desembolsar um total de R$ 858,53. “A partir daí, são acrescentados os valores médios do curso teórico (R$ 200) e das 20 aulas práticas (R$ 1.400), o que eleva o investimento total aproximado a R$ 2.460”, detalhou.

Outro ponto levantado pelo presidente do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Minas Gerais (Sindicfc-MG) é a segurança no trânsito. Dias questionou se seria possível oferecer aulas práticas por um preço menor do que é ofertado atualmente, mas utilizando veículos com duplo comando e devidamente credenciados.

Mudanças no processo de obtenção da CNH

Disponível até novembro, o Ministério dos Transportes abriu uma consulta pública para discutir mudanças no processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) com objetivo de reduzir os custos.

A principal proposta da pasta é o fim da obrigatoriedade de frequentar aulas de autoescola na preparação para os exames teórico e prático dos departamentos de Trânsito (Detran) estaduais.

Com as alterações no processo, o governo federal espera reduzir em até 80% o custo para tirar o documento, que hoje pode chegar a R$ 4,9 mil, dependendo do estado, conforme dados do Ministério dos Transportes.

A proposta defende a possibilidade do candidato poder escolher diferentes formas de se preparar para os exames teórico e prático.“São esses exames que atestam se o condutor está devidamente capacitado para dirigir. O objetivo é modernizar o sistema atual, garantindo mais liberdade e economia aos futuros motoristas, sem abrir mão das exigências de segurança viária”, explicou o comunicado da pasta.

De acordo com o governo federal, o objetivo das mudanças é tornar o documento mais acessível e barato para a população, além de modernizar o processo de obtenção da CNH.

“Além disso, ao tornar a CNH mais acessível, mais cidadãos deixarão de dirigir sem habilitação, contribuindo para um trânsito mais regularizado e seguro. Hoje, 20 milhões de brasileiros dirigem motos e carros sem carteira de habilitação”, diz a pasta.

A consulta pública sobre o tema foi aberta no dia 2 de outubro e está disponível na plataforma Participa + Brasil. A minuta do projeto ficará disponível por 30 dias.

Durante esse período, qualquer cidadão poderá enviar sugestões e contribuições. Depois, o texto seguirá para análise do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

(Sob supervisão de Edu Oliveira)

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Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas