As denúncias de assédio e importunação sexual em Minas Gerais já superam os dados de todo o ano passado. Segundo levantamento da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), foram registrados 58 casos em 2025, contra 55 ao longo de todo o ano de 2024.
Os principais canais de denúncia continuam sendo o 190 (Polícia Militar) e o Disque 181, serviço anônimo de denúncias do Estado.
Apesar da alta nos registros, o superintendente de Integração e Planejamento Operacional da Sejusp, Bernardo Naves, avalia que o crescimento não deve ser interpretado apenas como aumento da violência, mas também como reflexo da maior confiança da população nas forças de segurança.
Leia também:
BH: ex-gerente condenado por assédio moral e sexual deve indenizar empresa em R$ 50 mil Desembargador que disse ‘mulheres estão loucas atrás dos homens’ está sendo investigado
“Nem sempre um aumento de notificações significa que o crime cresceu. Muitas vezes, é a redução da subnotificação. A pessoa assiste uma entrevista, uma campanha, e percebe que pode denunciar. Se sente segura para acionar a polícia”, explicou.
De acordo com Naves, crimes como assédio, violência sexual, violência doméstica e agressões contra crianças e adolescentes são, historicamente, subnotificados.
Vergonha, medo, dependência emocional ou financeira são alguns dos motivos que levam vítimas a não formalizarem a denúncia.
Como denunciar
O superintendente reforça a importância dos canais de denúncia e destaca que o Disque 181 é um dos meios mais seguros e acessíveis para colaborar com a segurança pública:
- Funciona 24 horas por dia, em todo o estado.
- É gratuito e anônimo: mesmo que a pessoa se identifique durante a ligação, os dados são ocultados do sistema.
- Após registrar a ocorrência, o cidadão recebe um protocolo e pode ligar novamente em até 90 dias para saber se houve desdobramentos, prisões ou apreensões.
Além de crimes sexuais, o 181 recebe denúncias de foragidos da Justiça, incêndios criminosos, tráfico de drogas, violência doméstica, entre outros.