Pelo menos 10 mil alunos da rede municipal de Belo Horizonte estão em situação de atraso escolar, segundo dados da Prefeitura de BH em análise feita pelo UNICEF, com base no Censo Escolar da Educação Básica de 2024.
O levantamento mostra ainda que, no cenário nacional, um em cada dez estudantes de educação básica enfrenta o mesmo problema, conhecido como “distorção idade-série” — quando o aluno está dois ou mais anos atrasado em relação à série que deveria cursar.
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A secretária municipal de Educação, Natália Araújo, explica que o problema foi agravado após a pandemia de COVID-19. “Depois da COVID, a gente percebeu que muitas famílias se desorganizaram com relação à obrigação de levar os meninos pra escola. Infelizmente, esse compromisso com a escola está ficando de lado, e o direito da criança de frequentar a escola é negligenciado”, afirmou.
Segundo a secretária, em abril deste ano, quando assumiu a pasta, já havia 10 mil crianças em situação de distorção idade-série na capital, seja pela repetência causada pela baixa frequência, seja por abandonos precoces que resultaram em perda do ano letivo.
Para enfrentar o problema, a Prefeitura lançou o programa Fica, que busca monitorar a frequência e acionar órgãos como Ministério Público e Conselho Tutelar em casos de negligência familiar. Além disso, a iniciativa criou salas de contraturno e um quinto horário com professores específicos, voltados à recomposição da aprendizagem perdida.