A editora Aletria publicou nesta sexta-feira (19) um pedido de ajuda nas redes sociais. A 15 dias para a inauguração da nova sede, sete obras de arte que seriam expostas no novo espaço foram perdidas durante uma corrida de moto, solicitada por meio de um aplicativo de viagens.
“A nossa esperança é que alguém possa ter encontrado as xilogravuras caídas na rua e as levado para casa, afinal elas são lindas. Mas, sendo uma pessoa honesta, vai devolvê-las aos donos. O nosso pedido de ajuda é que façam essa informação circular em Belo Horizonte, especialmente entre quem frequenta a região onde as xilogravuras foram perdidas”, declarou a editora em um post feito nas redes sociais.
A xilogravura é uma antiga técnica artística de impressão em que o artista entalha uma imagem em um bloco de madeira e depois transfere a obra para uma superfície de papel.
O que aconteceu?
O incidente ocorreu na quarta-feira (17), por volta das 16h. A produtora cultural da editora, Natalia Aldeia, solicitou uma corrida em um aplicativo. O motociclista partiu do endereço novo da editora, na Rua Cláudio Manoel, 1.034, no bairro Savassi, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, com duas sacolas plásticas brancas, contendo sete gravuras.
As obras deveriam ser entregues no Mercado Novo, bairro Centro, para serem emolduradas e posteriormente expostas na inauguração da Aletria. Mas segundo Natália, antes mesmo de chegar ao destino, o motociclista finalizou a corrida, a cerca de 1 km de distância do ponto de partida.
“Eu liguei e perguntei o que aconteceu. Ele disse que, na Rua Gonçalves Dias, se deu conta que as duas sacolas tinham caído. Disse que notificou no aplicativo, e chegou a voltar à editora. Assim que soube, imediatamente saí de carro refazendo o trajeto e procurando, mas não encontrei nada”, explica Natalia Aldeia à Itatiaia.
Para Natalia, o motociclista informou que amarrou as sacolas na mochila que estava em suas costas. Porém, ele acredita que, em algum momento, as embalagens se desprenderam e caíram. A corrida foi interrompida quando o motociclista se deu conta de que havia perdido a encomenda.
Ruas percorridas pelo motociclista após deixar a sede da editora:
- Rua Cláudio Manoel;
- Rua Pernambuco;
- Rua Santa Rita Durão;
- Rua Alagoas;
- Rua Gonçalves Dias
Quais foram as obras perdidas
Ao todo, foram perdidas sete obras. A fundadora da editora Aletria, Rosana Mont’Alverne, em entrevista a Itatiaia, explica que três delas pertencem a artistas vivos e têm mais chances de serem adquiridas novamente.
Porém, quatro delas são xilogravuras assinadas por José Francisco Borges. Conhecido artisticamente como J. Borges, o artista, cordelista e poeta brasileiro foi um dos mais famosos xilógrafos de Pernambuco. Borges morreu em julho de 2024.
Rosana Mont’Alverne conta que as obras do artista estavam guardadas havia dez anos em sua casa. “Eu comprei essas xilogravuras diretamente com ele, em uma visita a Ipatinga”, conta.
Ainda segundo a fundadora, as obras estavam ‘esperando o momento certo’ para serem exibidas. “Reservamos um espaço para elas, para que fossem valorizadas e vistas por todos”, explicou.
Nova sede
A Aletria se mudou recentemente da Praça Comendador Negrão de Lima, 30 D, no bairro Floresta, para a nova sede, na Rua Cláudio Manoel, 1.034, Savassi, entre Rua Alagoas e Rua Pernambuco. A inauguração do novo espaço, que também funcionará como livraria infantil, está marcada para 4 de outubro.
Mobilização e contato
A editora pede a ajuda da população para tentar localizar as gravuras perdidas no trajeto.
“Sabemos da baixa probabilidade de recuperar objetos tão frágeis perdidos em uma capital imensa. Mas, por outro lado, tudo é possível nessa vida. Por favor, compartilhe se você mora em Belo Horizonte e acredita que essas obras de arte podem voltar para a Aletria”, declarou a editora em um post feito nas redes sociais.
Quem encontrar alguma das obras pode entrar em contato com a Aletria pelo telefone (31) 3296-7903 ou (31) 3296-0779.
Nota na íntegra
“Mudamos recentemente, além de editora, seremos também uma livraria infantil! Estamos naquele momento gostoso de decorar cada cantinho para esperar vocês. Rosana Mont’Alverne, fundadora da Aletria, decidiu embelezar as paredes da nova sede da Aletria com suas xilogravuras numeradas e assinadas pelo mestre J. Borges (dentre outras).
Mas ontem, no trajeto entre a Aletria e o Mercado Novo - onde as xilogravuras seriam emolduradas - um Uber Moto perdeu as obras. Todas elas.
O motoboy da Uber Moto só percebeu que as xilogravuras haviam caído da sacola quando chegou ao destino.
Essa curta viagem foi feita no dia 17 de setembro (QUARTA), entre 16h23 e 16h33 saindo da sede da Aletria, na rua Cláudio Manoel, e passando pelas avenidas Pernambuco e Santa Rita Durão, depois pela Praça da Liberdade, em seguida Bias Fortes, Aimorés, Alvares Cabral e Gonçalves Dias. Já vasculhamos as ruas de toda a região.
A nossa esperança é que alguém possa ter encontrado as xilogravuras caídas na rua e as levado para casa, afinal elas são lindas. Mas, sendo uma pessoa honesta, desejará devolvê-las aos donos.
O nosso pedido de ajuda é que façam essa informação circular em Belo Horizonte, especialmente entre quem frequenta a região onde as xilogravuras foram perdidas. Sabemos da baixa probabilidade de reencontrar objetos tão frágeis perdidos em uma capital imensa.
Mas, por outro lado, tudo é possível nessa vida. Quem sabe um futuro novo amigo da Aletria encontrou as xilogravuras da Rosana por aí? Uma das belezas perdidas e que queríamos que fossem vistas por crianças e adultos que visitarem a Livraria da Aletria é “Samba dos Bichos” do J.Borges.
Por favor, compartilhe se você mora em Belo Horizonte e acredita que essas obras de arte podem voltar para a Aletria!
Muito obrigada!”