Depois de receber mais de 300 reclamações relacionadas à qualidade da água que abastece a capital mineira entre os dias 4 e 18 de agosto, a Copasa informou que iniciou a aplicação de carvão ativado em pó na Estação de Tratamento do Sistema Rio das Velhas no dia 14 de agosto. Apesar disso, a companhia nega contaminação e informou que análises não apontaram anomalias.
As reclamações revelam um gosto de ‘barro’ e ‘mofo’ na água. Diante das denúncias, a Agência Reguladora de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae-MG) instaurou um processo fiscalizatório e pediu informações para a Copasa, que é responsável pelo fornecimento de água para mais de 5 milhões de pessoas, apenas na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A companhia negou anomalias relacionadas à potabilidade e afirmou que os parâmetros físico-químicos e bacteriológicos estão dentro dos limites estabelecidos pela Portaria GM/MS nº 888/2021.
Um exemplo é a concentração de cianobactérias. Segundo a companhia, o acompanhamento de cianobactérias é relevante pois, mesmo que esses microrganismos estejam em baixas concentrações, substâncias liberadas por eles podem alterar características sensoriais.
Segundo dados de monitoramento da água bruta do Rio das Velhas apresentados pela Copasa a Arsae-MG, as concentrações de cianobactérias, entre junho e julho, estavam abaixo de 10.000 células por mililitro. Nesses parâmetros, segundo a Arsae, a norma vigente não exige análises adicionais de cianotoxinas nem aumento da frequência de monitoramento.
Além disso, ensaios de gosto e odor realizados em julho, na saída do Sistema de Produção de Água Tratada do Rio das Velhas, não indicaram alterações. A Copasa destacou que a possibilidade de contaminação por agentes externos estão descartadas.
Carvão ativado em pó no Sistema Rio das Velhas
O objetivo da aplicação Carvão ativado em pó no Sistema Rio das Velhas é reduzir compostos associados a gosto e odor. A Arsae-MG informou que acompanha a efetividade dessa ação.
“A Arsae-MG determinou que a Copasa identifique a origem das alterações sensoriais, informe a agência e adote medidas céleres e efetivas para solução da situação atípica, além de apresentar os resultados do monitoramento da água bruta referentes a agosto de 2025, no ponto de captação do Rio das Velhas e nas Estações de Tratamento de Água que abastecem Belo Horizonte”, informou a agência em nota enviada à Itatiaia.
Mais de 300 reclamações em 14 dias
Em meio a
Os belo-horizontinos reclamam do que seria um aspecto esbranquiçado na torneira,
“Imaginei que fosse meu filtro aqui, mas mesmo trocando o filtro, o gosto e o cheiro forte assim de meio de mofo de terra persistiu. Depois, eu comecei a notar em outros lugares da casa, tipo no chuveiro, na hora que eu vou lavar uma louça na pia”, diz João Henrique, que também relata que a reclamação é comum no prédio onde mora.
