A fotógrafa Sânnia de Paula Dutra, de 44 anos, contou momentos de terror vividos durante uma ligação telefônica recebida um dia após sua casa ter sido invadida e
Após o roubo, ela ainda sofreu uma tentativa de
Durante a ligação, os golpistas utilizam informações pessoais da fotógrafa para chantageá-la e ameaçar a família. A Polícia Militar de Minas Gerais (PCMG) alerta para os cuidados após furtos e roubos, e orienta a população a evitar serem lesadas duas vezes.
O que aconteceu?
Sânnia mora com o marido e com a filha de 8 anos no bairro Castelo, na capital mineira.
A fotógrafa contou à Itatiaia que, no domingo (28), por volta de 12h30, ela e a filha saíram para almoçar. Quando retornaram, por volta das 14h, notaram que o carro não estava na garagem e a janela da casa tinha sinais de arrombamento. “Levaram tudo, todas as câmeras, lentes, equipamentos, nosso carro, pertences pessoais, tudo que vocês podem imaginar”, relatou a fotógrafa à reportagem.
A casa da família contava com câmeras de seguranças, mas os equipamentos foram levados pelos criminosos. “Todas as imagens que nós temos foram graças aos nossos vizinhos, que foram muito solícitos, e nos ajudaram”, contou Sânnia.
A fotógrafa afirmou que, pelas câmeras de segurança dos vizinhos, é possível notar os suspeitos “vigiando” a casa por cerca de uma semana.
A fotógrafa contou ainda que chegou a encontrar os próprios equipamentos anunciados em uma plataforma online. “Ontem eu vi que meus equipamentos já estavam sendo anunciados. Eu fiz contato com alguns policiais, pedi ajuda para ver o que podia ser feito, mas infelizmente não foi feito nada. Esse anúncio já foi retirado do ar, então muito provável essa pessoa já até vendeu”, relatou.
Segundo Sânnia, os itens anunciados estavam sendo oferecidos por valores muito abaixo do mercado. “É de doer o coração, sabe? Você vê equipamentos que levou a vida inteira para adquirir, sendo anunciados mais barato que o normal. É de deixar a gente louca mesmo. E o bandido está aí solto”, desabafou.
Tentativa de golpe
Após o episódio, a fotógrafa registrou um boletim de ocorrência e publicou em seu Instagram uma post informando sobre o roubo, com descrição dos equipamentos e placa do carro, além de disponibilizar seu telefone celular para informações.
No entanto, na segunda-feira (29), ela recebeu uma ligação “ameaçadora” de uma pessoa afirmando ter seus bens e exigindo pagamento em troca da devolução.
“Fiquei desesperada. Ele dizia que ia dar tiro na porta da minha casa, que ia pegar minha família. Mas graças a Deus eu tive momentos de lucidez, entrei em contato com a polícia e segui as orientações deles. Não realizei pagamento. Do contrário, estaria caindo em outro golpe”, relatou.
Sânnia não sabe ao certo como os golpistas conseguiram os dados pessoais dela. Segundo a fotógrafa, durante a ligação, um homem citou informações pessoais e nomes de familiares, como chantagem.
Uma das suspeitas é a publicação feita no perfil profissional da fotógrafa, que é aberto (qualquer pessoa pode acessar as publicações, mesmo sem seguir o perfil). O post pode ter facilitado o acesso as informações, usadas posteriormente para chantagear Sânnia.
É comum que vítimas de furtos ou roubos recorram às redes sociais para pedir ajuda e tentar localizar seus pertences, chegando a publicar fotos dos objetos subtraídos. A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), porém, alerta para os riscos dessa prática.
Orientações da Polícia Militar
Em entrevista à Itatiaia, o tenente Euler Giovani Rocha, comandante do setor Castelo, alertou sobre os riscos de exposição de informações sensíveis em redes sociais, principalmente para vítimas de crimes como furtos, arrombamentos ou outras ocorrências envolvendo perda de bens. Isso pode fazer com que as vítimas sejam lesadas duas vezes
“O cidadão deve evitar publicar vídeos, imagens ou relatos detalhados de crimes sofridos, especialmente mostrando rostos, locais, horários ou objetos levados”, afirmou.
O tenente alerta que os criminosos se aproveitam dessas postagens para levantar dados pessoais das vítimas, usados nas chantagens, e para aplicar os golpes, exigindo pagamentos via PIX para devolução dos bens listados.
- Não publique conteúdos que revelem detalhes do crime, ou exponham sua identidade e endereço.
- Caso receba contatos suspeitos, não realize nenhum tipo de pagamento.
- Procure imediatamente a base de segurança comunitária ou a componente polícia militar mais próxima de sua residência.
- Sempre que possível, registre um boletim de ocorrência relatando o contato suspeito
“A informação certa, no lugar certo, pode evitar um novo crime. A polícia militar está à disposição para acolher, orientar e dar a resposta adequada”, finalizou o tenente.