Para financiar um imóvel em Belo Horizonte, é preciso cada vez mais dinheiro — e também muita pesquisa. Um levantamento da Loft, empresa especializada em soluções para o mercado imobiliário, mostra que a renda mínima exigida para obter crédito varia de R$ 1.700 a R$ 50 mil por mês, dependendo da região da cidade.
Nos bairros mais valorizados, como Lourdes (Centro-Sul), o preço médio dos imóveis ultrapassa R$ 1,5 milhão e a primeira parcela do financiamento pode chegar a R$ 14 mil. Já em áreas mais acessíveis, como o Santa Efigênia (Leste), é possível encontrar opções com parcelas inferiores a R$ 5 mil.
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Segundo o gerente de dados da Loft, Fábio Takahashi, Belvedere (Centro-Sul), Lourdes (Centro-Sul) e Funcionários (Centro-Sul) lideram o ranking dos bairros mais caros para financiar. “São apartamentos amplos, muitas vezes em prédios novos, com segurança 24 horas, áreas de lazer, várias vagas de garagem e localização estratégica, além do prestígio social”, explica. No outro extremo, Centro, Betânia (Oeste) e Palmeiras (Oeste) aparecem como os mais acessíveis no recorte dos bairros com maior volume de vendas entre março e maio deste ano, com imóveis de metragens menores e padrão construtivo mais simples, mas bom custo-benefício.
Para Takahashi, o fator que mais influencia no preço é a localização. “Serviços próximos, facilidade de acesso, escolas, supermercados, farmácias e unidades de saúde contribuem para a valorização do imóvel”, aponta.
O advogado especialista em direito imobiliário, Gabriel Sapucaia, destaca a importância de avaliar todos os aspectos antes de fechar negócio. “É preciso verificar com o banco as condições de parcelamento, os valores envolvidos e, principalmente, a documentação do imóvel. No financiamento com alienação fiduciária, por exemplo, a retomada do bem em caso de inadimplência é extrajudicial e rápida”, alerta.
Além do valor do imóvel, o comprador deve considerar custos extras, como taxas cartorárias e o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), que em Belo Horizonte é de 3% — um dos mais altos do país. No caso de aquisição do primeiro imóvel, há desconto de 50% nas taxas de cartório.
Para quem está pesquisando, a recomendação é que a parcela não ultrapasse 30% da renda bruta familiar e que seja dada a maior entrada possível, para reduzir o valor financiado e, consequentemente, os juros. “É importante planejar-se para possíveis momentos de dificuldade e, se necessário, contar com a ajuda de um especialista”, completa Sapucaia.
O levantamento da Loft foi elaborado a partir de dados do ITBI e de condições médias praticadas pelos principais bancos, considerando financiamentos de até 70% do valor do imóvel e prazos de até 420 meses.