Geovanni Faria de Carvalho, acusado de participar da morte do sargento Roger Dias e de tentar matar outros policiais em 2024, vai a júri popular nesta quinta-feira (14), no Fórum Lafayette, no Barro Preto, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Ele é apontado como comparsa de
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Os policiais tentaram parar o veículo, mas Geovanni não obedeceu e fugiu em alta velocidade. Durante a perseguição, ele bateu em uma motocicleta e atropelou um homem, que foi arremessado para cima do carro. Mesmo assim, continuou dirigindo até bater em um poste. A vítima foi socorrida e sobreviveu.
Após a batida, Welbert e Geovanni fugiram a pé. Na sequência, o sargento Roger Dias encontrou Welbert e ordenou que ele se rendesse. Nesse momento, Welbert tirou uma arma do bolso e atirou na cabeça do policial. Mesmo com o sargento caído, fez outro disparo.
Outro militar tentou intervir, mas também foi alvo de tiros — que não o atingiram. Ele revidou e baleou Welbert, que foi preso no local com a arma usada. O sargento Roger Dias chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
Enquanto isso, a polícia continuou as buscas por Geovanni. Ele foi encontrado escondido na laje de um comércio e atirou contra quatro policiais, mas errou todos os disparos. Mesmo ferido após o revide, conseguiu correr para uma mata próxima, onde acabou preso. De acordo com a denúncia, os ataques tiveram o objetivo de evitar a prisão pelo roubo do carro.
Quatro tentativas de homicídio
Geovanni Faria de Carvalho pode responder por quatro tentativas de homicídio contra policiais militares e por tentativa de homicídio de um civil, pelo atropelamento durante a fuga.
Já Welbert de Souza Fagundes pode responder por homicídio do sargento Roger Dias, tentativa de homicídio contra outro policial militar e porte ilegal de arma de fogo. O julgamento dele ainda não foi marcado.
O que diz a defesa de Geovanni
O advogado criminalista Wesley do Santos Silva, que atua na defesa de Geovanni Faria de Carvalho ao lado das advogadas Tainara Hortênse e Janaína Macedo, afirmou que as acusações contra o cliente não se sustentam.
“A defesa vem para demonstrar a verdade, porque o que tem sido imputado ao meu cliente não passa de falácias. Não existem no processo provas das alegações do Ministério Público, e até o próprio MP não vai conseguir sustentar essa denúncia por completo até o final. Devido a essas falhas, o próprio Ministério Público vai ser obrigado a pedir a absolvição — se não total, pelo menos parcial — porque os erros e as falhas processuais estão escancaradas, e é dever do Ministério Público pedir absolvição quando não há prova”, disse.
Segundo Wesley, houve diversos erros e falhas na investigação, como o encerramento do inquérito antes do prazo legal e a ausência de testemunhas oculares. Ele afirmou que não vai expor todas as teses defensivas por estratégia, mas garantiu que os detalhes serão apresentados no julgamento.
O advogado também relatou que Geovanni está preso desde 5 de janeiro de 2024, data dos fatos, e que antes de ser levado ao sistema prisional ficou internado por mais de quatro meses.
“Ele foi atingido por vários disparos, ficou no CTI, foi entubado, contraiu infecção generalizada, pneumonia, e quase morreu. A prisão dele não é nada perto do sofrimento, da tortura e do tratamento desumano e degradante que o Estado impôs até agora”, afirmou.