A
O bazar, que arrecada recursos para o Instituto Mário Penna, oferece mais de 12 mil peças novas e seminovas, com preços a partir de R$ 10. A auxiliar de serviços Marinalva Pereira de Almeida, de 53 anos, é a primeira da fila. Ela, o marido, dois sobrinhos e uma irmã passaram a noite no local, enfrentando a madrugada fria da capital mineira.
Moradora do bairro Novo Aarão Reis, na região Norte de BH, ela disse à Itatiaia, no fim da madrugada, que não tem um limite de gastos:
“É a terceira vez que eu venho. Vou comprar pra mim mesma, não é para vender, não. Não tenho bazar, então é para meu consumo e das minhas filhas. O que eu pegar e gostar, vou levar. Pode dar R$ 4 mil, R$ 5 mil ou R$ 6 mil. O que eu gostar, não vou deixar pra trás. Eu vou levar tudo. Esse bazar é muito bom mesmo e vale a pena”, afirmou.
Marinalva Pereira de Almeida, 53 anos, é a primeira da fila
Barraca
Antes da chegada de Marinalva e da família dela, dois amigos de Ribeirão das Neves — que preferiram não se identificar — já haviam montado uma barraca na entrada da Amis. Eles chegaram ao local no fim da manhã de quarta-feira (6) e contaram à Itatiaia que estavam guardando lugar para outras pessoas. “Fez frio, mas foi de boa”, disse um deles na manhã desta quinta, enquanto tomava uma cerveja.
Missão
A presidente da Associação das Voluntárias do Mário Penna (Volmape), Clécia Pereira, destaca que a missão do grupo é proporcionar mais conforto e humanidade aos pacientes oncológicos.
“O nosso objetivo é garantir que o paciente oncológico atendido pelo Instituto Mário Penna tenha mais dignidade durante o tratamento. Fornecemos itens de higiene pessoal, por exemplo. Muitos pacientes vêm do interior e saem de casa às 4h ou 5h da manhã. Quando chegam ao hospital, muitas vezes não têm dinheiro nem para um lanche. O SUS fornece apenas o almoço, e somente para o paciente. Então, ele passa horas na sala de infusão, recebendo quimioterapia, sem nenhum alimento. O que levamos é, além de comida, um gesto de acolhimento. Costumo dizer que abraçamos com o olhar”, afirma.
Doações
O bazar só é possível graças às doações de roupas feitas por empresas. E ainda dá tempo de ajudar. Basta procurar a sede da Amis, como reforça o presidente da associação, Alexandre Poni.
O bazar continua nesta sexta-feira (das 9h às 19h) e no sábado (das 9h às 15h).