O encontro das ruas Buenos Aires e Califórnia, no bairro Carmo-Sion, região Centro-Sul de Belo Horizonte, tem sido palco de diversos acidentes. Motoristas que não respeitam a placa de pare acabam se envolvendo em colisões com veículos que descem pela via. Outro problema apontado por moradores é que uma árvore dificulta a visualização da placa, embora exista sinalização no asfalto.
O engenheiro Vicente Soares, morador do bairro, relata a frequência de ocorrências: “Direto tem acidente nesse cruzamento. Quase toda semana acontece um. Como o quarteirão é curvo e há carros parados no estacionamento da rua, isso prejudica a visão de quem está descendo”, explicou.
O corretor de imóveis Luiz Soares afirma que, só na semana passada, foram registrados dois acidentes no local. Segundo ele, uma das propostas da comunidade é instalar um quebra-molas na descida da Rua Califórnia, antes da chegada à Buenos Aires.
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A jornalista e moradora Fabíola Pimenta conta que o pedido já foi feito em 2023. “Naquele ano, já registrávamos o número constante de acidentes nesse cruzamento. É uma região cercada por escolas, então nos horários de pico o movimento é intenso. A resposta à solicitação foi de que o declive da rua não permitiria a instalação de um redutor de velocidade, mas outras medidas foram sugeridas. De toda forma, o problema permanece”, disse.
De acordo com levantamento, Belo Horizonte tem 11.736 ruas, 308 avenidas e mais de 1.000 cruzamentos com semáforos distribuídos por todas as regiões da cidade. O Ronaldo Ferreira, do Observatório Nacional de Segurança Viária, explica que o cruzamento do Sion tem uma característica diferente da maioria.
“Normalmente, as interseções da cidade são em formato perpendicular, em T ou diagonais. Nossa mente está mais adaptada a esses cruzamentos padrão, nos quais geralmente há uma via preferencial e outra com sinalização de pare. Quando encontramos uma configuração diferente, nem sempre conseguimos interpretar de imediato como deve ser a movimentação”, detalhou.
Para ele, a pressa também contribui para os acidentes. “Motoristas, motociclistas e pedestres precisam estar atentos aos riscos. Muitas vezes, as pessoas desrespeitam a sinalização de pare ou as marcas de canalização que afastam o veículo do passeio. Também há pedestres distraídos, olhando o celular. Tudo isso aumenta o risco de acidentes”, afirmou.