O mercado imobiliário de Belo Horizonte está enfrentando um aumento significativo nos preços de aluguel, conforme revelado por uma recente pesquisa. O preço médio do metro quadrado dos imóveis na capital mineira atingiu um valor recorde desde 2019, ultrapassando os R$ 40.
Conforme o levantamento realizado pela Quinto Andar e Imóvel Web, dos 33 bairros analisados, a grande maioria apresentou aumento no valor do metro quadrado nos últimos 12 meses. Apenas três bairros registraram queda nesse período, indicando um crescimento homogêneo dos preços em toda a cidade.
Os 3 bairros de BH que tiveram queda no valor do metro quadrado nos últimos 12 meses são Coração de Jesus, Serra e Cruzeiro. Já o bairro com a maior valorização no último ano é o Heliópolis, na região Norte.
Tiago Reis, gerente de dados do grupo Quinto Andar, destaca que a alta acumulada em 12 meses chegou a 16,87%, a maior desde o início de 2024. Ele explica que diversos fatores contribuíram para esse cenário:
"É um período onde a demanda já é tradicionalmente maior, seja por conta de contratos que estão se encerrando, seja por decisões pessoais. Muita gente faz promessa de mudar de casa na virada do ano, se programa para fazer isso em janeiro, fevereiro e março, então o mercado de locação já fica normalmente mais movimentado.”
Impacto das taxas de juros
Além da sazonalidade, Reis aponta que a expectativa de queda gradual na taxa de juros ao longo de 2024 não se concretizou. Pelo contrário, houve um aumento da taxa Selic, impactando as taxas de financiamento dos bancos no início de 2025. Isso levou muitas pessoas a adiarem a compra de imóveis, aumentando a demanda no mercado de aluguel.
Para quem busca alugar um imóvel neste cenário desafiador, a negociação poderia ser uma solução. No entanto, o levantamento mostrou que os descontos médios nas negociações atingiram o menor patamar da série histórica.
Apesar disso, Reis aconselha: "É importante ressaltar que ainda existe uma margem para trabalhar pelo melhor preço. Por isso, é fundamental se preparar. Pesquisar bem o valor dos imóveis, usando ferramentas que ajudem a balizar esse preço, verificar o valor médio dos imóveis vizinhos, ou até no mesmo condomínio, pegando o histórico das transações recentes.”
O especialista também recomenda que os interessados façam as contas considerando não somente o valor do aluguel, mas também despesas fixas como IPTU, condomínio e internet, além de custos variáveis como luz, água e gastos com mobília. Manter uma reserva de emergência é essencial para lidar com imprevistos.