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Churrasqueiros, cozinheiros e garis são alguns dos profissionais mais afetados pelo calor intenso. Leonardo Brito, churrasqueiro há 28 anos, destaca o desafio de manter-se hidratado enquanto trabalha próximo às churrasqueiras.”'A gente passa um calor danado. Só a água, hidratando bastante para melhorar. Porque se não hidratar, meu filho, nessa profissão a gente não vai para frente não”, afirma.
Na cozinha, a comerciante Tatiana Silva, de 48 anos, adota estratégias para lidar com as altas temperaturas. ''Durante o dia, a gente vai tentando, de alguma forma, abrir uma geladeira, tomar bastante água, usar protetor solar. Às vezes, tiro o tênis, dou uma refrescada com o pé no chão frio’’, explica.
Já o gari Guilherme Pereira da Silva, de 38 anos, conta com a solidariedade da população para manter-se hidratado durante o trabalho nas ruas. ''Se alguém estiver vendo uma turma, os garis em grupo, trabalhando, oferece uma ‘aguinha’'', sugere.
Aumento nas vendas de sorvetes
Enquanto alguns profissionais sofrem com o calor, o setor de sorvetes comemora o aumento nas vendas. Matheus Gasparini, proprietário da Gaspareto Sorvetes Artesanais, relata um crescimento significativo: ‘Aumenta muito quando a gente tem essas ondas de calor. A gente aumenta mais ou menos 70% do nosso volume, principalmente de picolés’’.
A Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (Abra Sorvete) aponta que o consumo de sorvetes no Brasil já alcança 7,7 litros per capita por ano. Em Minas Gerais, durante as ondas de calor e no verão, há um aumento de 30% nas vendas desse produto.
O calor intenso também tem gerado oportunidades de renda extra para muitos. Gasparini observa: ''Muitas pessoas aproveitam principalmente para eventos, festa de criança, evento em algum clube, compram e revendem na fábrica por um preço melhor’’.