Na época, o homem desfez dos restos mortais da vítima em uma caçamba localizada no bairro Santo Antônio, na região Centro-sul da Capital.
O que ele disse
Em resposta as perguntas feitas pela juíza Fabiana Monteiro Souto, o réu informou que tinha o hábito de chamar moradores de rua para o apartamento para conversar e desabafar. Matheus disse que esses encontros não tinham conotação sexual.
Ainda conforme o depoimento, no dia do crime ele levou outro morador de rua, conversou com o homem e ele foi embora. O réu também informou que não ficou satisfeito com a conversa com o outro homem e resolveu chamar a vítima para apartamento.
Matheus contou que começou a conversar com Marciel e que a vítima informou que já tinha matado uma pessoa, cometido roubos e estuprado uma mulher. Os dois teriam brigado e o réu esfaqueou a vítima.
Após a morte de Marciel, Matheus revelou que procurou atendimento no hospital porque havia se machucado na briga e, em seguida, retornou para casa. O réu informou que esperou até o dia seguinte para esquartejar a vítima com uma serra elétrica, para que os ruídos fossem confundidos com sons de uma obra.
Denúncia do Ministério Público
Conforme a denúncia do Ministério Público, Matheus dopou Marciel e o matou em um apartamento no bairro Santo Antonio. Ainda segundo o documento, a vítima não teve chances de defesa.
De acordo com o Instituto Médico Legal (IML), o réu possui transtorno de personalidade mista — uma perturbação da saúde mental, que reduz parcialmente a compreensão dos fatos, mas não completamente. Assim sendo, ele foi considerado semi-inimputável.
Réu confessou que assassinou a própria mãe e que comprava coelhos no Mercado Central para matá-los
Durante o julgamento, Mateus afirmou que foi abusado sexualmente pelo pai e a mãe na infância, dos 6 aos 13 anos de idade. Ele confirmou que matou e esquartejou a própria mãe quando tinha 17 anos. Na época, ele foi internado em um hospital psiquiátrico.
Para aliviar a raiva e o rancor dos abusos sofridos quando era criança, Mateus contou que comprava coelhos no Mercado Central apenas para matá-los. O jovem afirmou que se sentia aliviado e mais calmo com essa atitude.
“Era muito fácil matar um coelho, por ser bastante frágil, e bastava apertar um ponto do pescoço e ele logo morria”, disse em depoimento. Mateus revelou que matava os animais e os descartava no lixo do próprio apartamento.
Diante da frieza do depoimento e dos crimes cometidos, o júri condenou o réu. No entanto, devido a sua situação semi-inimputável, ele será transferido para um hospital psiquiátrico. Desde o crime, Mateus estava preso preventivamente em uma penitenciária comum.