A Lagoa da Pampulha, um dos principais cartões-postais de Belo Horizonte, está enfrentando problemas ambientais recorrentes, incluindo acúmulo de lixo e mau cheiro. O local, tombado como patrimônio cultural da humanidade, foi projetado na década de 1940 durante o governo de Juscelino Kubitschek, então prefeito da capital mineira, com o objetivo de criar um espaço de lazer e modernidade.
O complexo arquitetônico, que inclui a icônica Igreja de São Francisco de Assis e o Museu de Arte, foi desenhado pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer. No entanto, ao longo dos anos, a lagoa tem sido motivo de constantes reclamações devido à sua degradação ambiental.
Marcelo Diniz, morador da região há 50 anos, relata que já presenciou a lagoa completamente vazia e hoje observa com preocupação a sujeira flutuando nas águas. Segundo ele, o lixo chega principalmente pelos córregos vindos de Contagem, como o Córrego Sarandi e o Córrego Ressaca.
Dez toneladas de lixo por dia
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou, em nota, que realiza trabalhos contínuos de tratamento das águas, manutenção da orla e retirada de resíduos. Diariamente, são recolhidas cerca de 5 toneladas de lixo durante o período de estiagem, chegando a 10 toneladas na época de chuvas.
A Copasa, por sua vez, está implementando medidas para melhorar a situação. Thiago Miranda, gestor de empreendimentos de grande porte da companhia, anunciou a instalação de redes de água e esgoto em 30 comunidades que integram a bacia da Pampulha. Essa ação não apenas contribuirá para a limpeza da lagoa, mas também atenderá às necessidades de saneamento de 6.300 famílias.
Miranda explicou que o problema do odor se intensifica durante o período chuvoso, quando o lixo mal acondicionado é carreado para os cursos d'água e, consequentemente, para a lagoa. A Copasa mantém uma estação de tratamento para os córregos, onde é necessário realizar a retirada do lixo acumulado.
Além disso, a companhia está investindo mais de R$ 13 milhões na construção de um túnel para substituir uma tubulação de grande porte que apresentou deficiências operacionais. Essas ações fazem parte de um plano que já elevou para mais de 99% a cobertura do serviço de coleta e tratamento de esgoto na região.