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Investigado por estupros em série em BH, ‘Coxinha’ já foi preso e condenado usando nome de primo

Ronaldo Nobre dos Santos, conhecido como “Coxinha” ou “Maníaco da Zona Oeste”, foi preso nesta terça (23) no Hospital João XXIII; ele está internado desde o dia 17 de julho

Criminoso também é investigado por outros quatro estupros e um estupro seguido de homicídio

O Ministério Público de Minas Gerais detalhou, na tarde desta terça-feira (23), a prisão de Ronaldo Nobre dos Santos, conhecido como “Coxinha” ou “Maníaco da Zona Oeste”. O criminoso foi encontrado internado no Hospital João XXIII, na região Central de Belo Horizonte. Ele era considerado foragido desde 2018, mas chegou a cumprir pena usando o nome de um primo no ano passado.

O criminoso é condenado a mais de 22 anos de prisão por estupro, um homicídio, dois roubos, dois furtos e uma ameaça. Segundo a promotora de Justiça, Paloma Coutinho Carballido, ‘Coxinha’ também é investigado por outros quatros estupros em série - todos cometidos na região Oeste de Belo Horizonte -, e um estupro seguido de homicídio, crime praticado no bairro Betânia.

Ronaldo era considerado foragido da Justiça desde 2018. Na época, ele cumpria a pena de 22 anos de prisão, e havia conseguido a progressão do regime para o semiaberto. Ao ser beneficiado com a saidinha temporária, ele não retornou mais.

Contudo, o criminoso voltou a ser preso em fevereiro de 2023, mas usou o nome do primo para driblar a justiça. Por isso, o nome verdadeiro dele constava como foragido até esta terça-feira (23) no sistema da Justiça.

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Em julho deste ano, o primo dele foi abordado pela Polícia Militar, que verificou que havia um mandado de prisão em aberto contra ele. O sistema dizia que o primo havia sido preso em fevereiro de 2023, e fugiu após ser beneficiado com a saidinha temporária. Mas ao comparar a foto do criminoso com a do primo de Ronaldo, os militares viram que travam-se de duas pessoas diferentes.

Forças de segurança de todo o país buscavam o criminoso

Conforme o boletim de ocorrência, o primo disse para a polícia que nunca passou pelo sistema prisional e que o registro criminal existente em seu nome, na verdade, era referente a crimes praticados por Ronaldo. Ele contou que ‘Coxinha’ roubou o seu documento de identidade e o apresentou como sendo dele.

Enquanto estava foragido, Ronaldo foi incluído pelo Ministério Publico na lista do programa PMMG Busca e era procurado pelas forças de segurança de todo o país.

Como o MP descobriu o erro?

Segundo a promotora Paloma Coutinho Carballido, o Ministério Público só ficou sabendo que Ronaldo havia sido preso usando o nome do primo após a polícia perceber o erro durante a abordagem. “A pessoa verdadeira, com o nome verdadeiro, foi presa no lugar dele e informou que não era ele. Então, foram feitos exames datiloscópicos e verificou-se que o primo não era o criminoso”, explicou.

O Ministério Público afirma que Ronaldo era usuário de drogas e viva nas ruas de Belo Horizonte.

Tatuagem ajudou policiais a identificarem Ronaldo

Segundo uma vítima sobrevivente, o maníaco tem uma tatuagem de tridente nas costas. Foi essa tatuagem que ajudou os policiais a confirmarem a identidade do suspeito, após encontrarem ele internado no Hospital João XXIII. Ele estava na unidade desde o dia 17 de julho, e contou aos militares que havia caído de uma árvore, porém os policiais não acreditam nessa versão.

“Um indivíduo desse é extremamente frio, uma pessoa que não tem sentimento com as vítimas. Mesmo assim, diante do sistema, ele recebeu o benefício da saída temporária no início do ano, em fevereiro. De lá para cá, ele estava foragido utilizando-se de nome falso. Uma pessoa que “nasce de novo” com um novo CPF, você imagina o que é que uma pessoa dessas é capaz de fazer. Então, é um indivíduo de alta periculosidade”, afirmou o Capitão Romeu Junior de Bessa.


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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.
Formado em jornalismo pela PUC Minas, foi produtor do Itatiaia Patrulha e hoje é repórter policial e de cidades na Itatiaia. Também passou pelo caderno de política e economia do Jornal Estado de Minas.