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Grande BH: corretora vítima de extorsão por empresárias é investigada por estelionato

Mariana Roveda Santana é citada em pelo menos cinco boletins de ocorrência registrados pela Polícia Militar; mulher teria sido mantida em cárcere no início de maio em Vespasiano (MG)

A suposta corretora de imóveis que teria sido mantida em cárcere durante sete horas em uma casa em um condomínio de luxo em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte, no início de maio, é investigada pela Polícia Civil e já foi citada em pelo menos cinco boletins de ocorrência. Como a Itatiaia informou em primeira mão na terça-feira (11), nove envolvidos no caso, incluindo duas empresárias de Belo Horizonte, se tornaram réus por extorsão qualificada (relembre o caso no fim da matéria).

De acordo com a Polícia Civil, o inquérito apura denúncias contra Mariana Roveda Santana, de 33 anos, suspeita de cometer o crime de estelionato. O caso segue sendo investigado e a equipe realiza as diligências necessárias para apurar os fatos. Além disso, a Polícia Civil orienta as vítimas da suspeita a registrarem denúncias contra ela.

A PCMG orienta que todo cidadão lesado procure uma delegacia de polícia civil mais próxima de sua residência para o registro da ocorrência policial, além da devida manifestação por meio da representação criminal e a apresentação de provas/documentos necessários à instrução do inquérito policial’.

Citada em ocorrências

A Itatiaia apurou que Mariana é citada em, pelo menos, cinco boletins de ocorrência por estelionato ou outros crimes. O último foi registrado em 15 de maio, poucos dias após a ocorrência envolvendo a suposta corretora e as empresárias. Na ocorrência, um morador de Belo Horizonte relata que foi procurado por Mariana em nome da PH Imóveis para que a empresa fizesse a divulgação de um imóvel que o homem pretendia alugar.

Um contrato foi firmado e o imóvel foi alugado. O dono da casa, porém, nunca recebeu os pagamentos dos aluguéis. Após três meses, ele teria entrado em contato com Mariana, que disse que os inquilinos não haviam pago o aluguel. O dono, porém, entrou em contato diretamente com os inquilinos, que afirmaram que haviam, sim, quitado os boletos. Além disso, o inquilino relatou que possuía um documento em que o dono do imóvel se comprometia a usar o valor do aluguel para reformas na casa. O homem alega que nunca assinou esse acordo e, por isso, acreditava estar sendo vítima de um golpe.

Outro lado

A Itatiaia tentou contato com Mariana por meio dos telefones registrados no CNPJ dela e também da PH Imóveis, mas não teve resposta. Nos processos registrados no sistema eletrônico da Justiça mineira, Mariana aparece representada pela Defensoria Pública ou sem advogado definido. O espaço segue aberto.

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Empresárias são acusadas de tortura

As duas empresárias e outras sete pessoas foram presas no dia 6 de maio. Os nove são suspeitos de manter uma corretora de imóveis de 33 anos em cárcere privado em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte. Segundo os suspeitos, a vítima teria aplicado um golpe contra eles. Segundo os acusados, ao alugar um imóvel de luxo para um cliente, a corretora dizia que era necessário o pagamento de um “caução”. Ela dizia que iria entregar o valor ao proprietário. Porém, quando o contrato era fechado, o proprietário pedia novamente pela quantia. Assim, eles teriam descoberto que haviam caído em um golpe. Segundo a Polícia Civil, ainda não se sabe se essas alegações são verdadeiras, o que será investigado.

No dia do crime, os suspeitos, supostamente irritados por terem caído no golpe, atraíram a corretora para uma casa em Vespasiano, no início de abril. A vítima alega que foi chamada para ir até uma casa em um condomínio de luxo por um homem que teria um outro imóvel para vender. Ao chegar lá, ela foi trancada na casa e ficou sob o poder dos suspeitos por cerca de sete horas. A corretora foi agredida e teve o cabelo raspado pelos suspeitos. Durante o sequestro, o grupo teria até mesmo exigido R$ 60 mil como resgate para soltar a vítima.

A Policia Civil concluiu o inquérito e indiciou todos os nove envolvidos no caso pelos crimes de extorsão qualificada. Camila, Cláudia e outros cinco suspeitos, incluindo uma prima das duas empresárias, foram beneficiadas com um alvará de soltura no dia 10 de maio, enquanto dois dos suspeitos seguem detidos.


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Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.
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