A Justiça determinou a soltura de sete dos nove suspeitos de manter uma corretora de imóveis em cárcere e torturá-la durante sete horas em uma casa em um condomínio de luxo em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte. Entre os envolvidos no caso, estão duas empresárias de Belo Horizonte com milhares de seguidores: Camila Rodrigues e Cláudia Rodrigues.
A decisão, assinada pelo juiz Cristiano Araújo Simões Nunes, da 1ª Vara Criminal, da Infância e da Juventude de Vespasiano, revogou a prisão de Camila, Cláudia e de outros cinco suspeitos (Matheus Pessanha Sten de Souza, Thais Alves César Pedro, Paloma Stefane Rocha e Micaella Lima Rodrigues). Porém, os investigados deverão respeitar uma série de medidas, como entregar o passaporte, permanecer em casa após as 22h, usar tornozeleira eletrônica e não se aproximar da corretora agredida.
Na mesma decisão, foi negada a revogação da prisão de Rubens Paulo de Souza Barros e William Pedro, que devem permanecer presos por, pelo menos, mais cinco dias. William é conhecido como ‘Alemão’ e seria membro da Organização Terrorista do Cafezal. Em depoimento, a vítima acusou William de tê-la ameaçado e afirmou que Rubens era o líder do grupo e estaria armado.
Posicionamento
Em nota, os advogados Guilherme Machado, Nathan Nunes, Sâmara Vieira e Túlio Moreira, responsáveis pela defesa de Cláudia Rodrigues e Rubens Paulo de Souza Barros, reafirmaram a inocência de seus clientes. Os advogados também acusaram a vítima de práticas ilícitas contra Camila e Rubens, além de afirmarem que ‘não medirão esforços para qualificar e responsabilizar as informações de cunho difamatório’ supostamente divulgadas pela imprensa.
A Itatiaia tenta contato com a defesa dos outros envolvidos. O espaço segue aberto.
Empresárias são acusadas de tortura
As duas empresárias e outras seis pessoas foram presas na segunda-feira (6). Os oito são suspeitos de
Segundo os suspeitos, a vítima teria aplicado um golpe contra eles. Segundo os acusados, ao alugar um imóvel de luxo para um cliente, a corretora dizia que era necessário o pagamento de um “caução”. Ela dizia que iria entregar o valor ao proprietário. Porém, quando o contrato era fechado, o proprietário pedia novamente pela quantia.
Assim, eles teriam descoberto que haviam caído em um golpe. Segundo a Polícia Civil, ainda não se sabe se essas alegações são verdadeiras, o que será investigado.
No dia do crime, os suspeitos, supostamente irritados por terem caído no golpe, atraíram a corretora para uma casa em Vespasiano, no início de abril. A vítima alega que foi chamada para ir até uma casa em um condomínio de luxo por um homem que teria um outro imóvel para vender.
Ao chegar lá, ela foi trancada na casa e ficou sob o poder dos suspeitos por cerca de sete horas. A corretora foi agredida e teve o cabelo raspado pelos suspeitos. Durante o sequestro, o grupo teria até mesmo exigido R$ 60 mil como resgate para soltar a vítima.
A Polícia Civil segue investigando o caso e pretende analisar a movimentação financeira de todos os envolvidos, incluindo a vítima.