A falta de medicamentos em hospitais particulares de Belo Horizonte e em outras cidades do interior do estado tem causado preocupação na rede de saúde. Quem faz o alerta é Reginaldo Teófanes Ferreira de Araújo, diretor presidente do Hospital Santa Rita, na região do Barreiro, em Belo Horizonte, em entrevista à repórter Camila Campos.
“São medicamentos básicos os que estão faltando, é o que a gente chama de arroz com feijão, elementar. Pode ser que alguns hospitais estoquem, com medo de não poder comprar uma quantidade grande e acaba faltando pros menores.”
Entre os medicamentos que faltam está a novalgina que até pouco tempo atrás custava em média R$ 1 e que, atualmente, chega a ser vendida por R$ 10. “Não é o comprimido não. É a ampola que está faltando. Hoje, pra gente achar tem que comprar dez. Tem dia que falta e aí tem que substituir e por outros que não são exatamente iguais do ponto de vista de antitérmico e analgésico. A novalgina é o melhor remédio que tem”, com isso, medicamentos à base de dipirona também estão acabando.
"É um problema nacional. Na minha cabeça é falta de organização. Com a com a pandemia a indústria parou de produzir algum tipo de medicamento, algum insumo para produzir outros, e com a melhora da pandemia temos uma demanda reprimida que começa a usar determinadas coisas que não estavam fabricando.”
Na avaliação do Reginaldo Teófanes os hospitais particulares da capital e do interior são afetados, com prejuízo maior para o interior. “Com certeza o interior é mais afetado. Porque na capital sempre tem mais recurso e às vezes a gente faz alguma troca de um hospital para o outro. Algo que é mais complexo no interior, já que todo mundo tem menos recurso e as unidades são muito menores.”
Insumos essenciais para realização de exames em pacientes que fazem tratamento contra o câncer também estão em falta, como os contrates. “Chegou numa situação absolutamente crítica.”
A reportagem da Itatiaia entrou em contato com o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (COSEMS), por meio da representante Magali Rodrigues que afirmou que a falta de alguns medicamentos vem sendo monitorada pelo Conselho.
“O desabastecimento de alguns medicamentos em nosso estado está sendo monitorado pelo COSEMS que preocupado com essa situação já acionou a Comissão Intergestores Bipartite que elaborou um documento para será encaminhado ao Ministério da Saúde para as providências cabíveis.”