O temporal que atingiu Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, na madrugada desta sexta-feira (24), alagou casas e deixou dezenas de moradores da Avenida A, no bairro Maria da Conceição, desalojados.
Um dos atingidos foi o motoboy Vanderlei Júnior, de 25 anos. O jovem teve a casa invadida pela água e relembra o susto. “Eu e minha esposa estávamos dormindo. A gente acordou com o barulho da chuva forte e quando olhamos para o chão, vimos que a água já estava quase na altura da cama. A gente levantou desesperado e correu para a saída da cozinha. A água estava com uma pressão tão forte que não tinha como destrancar. Eu tive que pressionar bem a porta para conseguir abrir e sair de casa. Foi a única coisa que deu pra fazer”, contou.
O motoboy diz que a água chegou a ficar na altura da cintura, com cerca de 1 metro de altura. O casal foi ajudado por vizinhos e por agentes da Defesa Civil que estavam no local monitorando a situação. “Eles (agentes) auxiliaram a gente aqui, ajudaram a limpar a casa com a bomba de sucção e jato d'água”, disse.
Apesar de não ter causado vítimas, a chuva destruiu os pertences de quem mora na região. “Eu tomei bastante prejuízo, né? O guarda-roupa, que é de MDF, a mesa do computador, o monitor... Tudo isso a água cobriu. O sofá, armário, todos os móveis que a gente tinha... A geladeira tombou e a água também estragou tudo o que estava dentro”, detalhou Vanderlei.
Uma outra moradora encontrada pela reportagem disse que a mãe, a sobrinha e a irmã estão entre os atingidos pela enchente. “Eu não estava presente na hora da chuva, mas aí, após ver uma reportagem, eu vim para a casa da minha mãe ajudar. A loja da minha sobrinha e da minha irmã, que também fica aqui, foi tomada pela água. Elas tiveram alguns prejuízos com os produtos e, agora, estamos esperando o freezer esfriar um pouco para ver se ele está funcionando”, relatou.
27 famílias foram desalojadas
Na manhã desta sexta, a Defesa Civil de Contagem foi até o local para auxiliar os moradores. Segundo Ângela Gomes, subsecretária do órgão, a enchente atingiu 27 famílias. “A primeira atitude da Defesa Civil foi vir para a área para avaliar o dano e também para ver o número de atingidos. A partir daí, a gente acionou o comitê gestor e a secretaria de obras para que viesse reparar os danos nas casas. Também colaboramos com a limpeza a hidro jato”, afirmou.
A subsecretária informou que a prefeitura disponibilizou um abrigo municipal para receber os desabrigados, mas todos os moradores optaram por ficar na casa de familiares e conhecidos. “A gente tem um abrigo municipal gratuito com alimentação para acolhê-los. Eles decidiram ir para a casa de parentes, mas foi oferecido almoço”, apontou.