Um grupo de pesquisadores do Rio Grande do Sul foi barrado em um hotel na Pampulha, em Belo Horizonte, após a hospedagem alegar que não recebeu o pagamento pela reserva,
Os cinco pesquisadores, formados em Farmácia e Bioquímica, vão apresentar um trabalho no III Congresso Latino-americano de Toxicologia, que começa nesta terça-feira (26) na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A pós-doutoranda Nathane Rodrigues contou para a Itatiaia que chegou a ligar para o hotel pouco
Nathane e os colegas conseguiram embarcar normalmente no avião e chegaram a Belo Horizonte nesta segunda-feira (25). Mas, ao chegarem ao hotel, foram informados de que deveriam pagar pelas reservas que, teoricamente, já estavam pagas.
“Fui informada de que teria que pagar a diária para fazer o check-in. Eu questionei a razão,aí informaram que a 123milhas não teria repassado o valor, e então estavam cobrando dos hóspedes”, afirma Nathane.
A pesquisadora tentou alegar que já havia pago a hospedagem e que o hotel deveria resolver essa situação com a 123milhas, mas não adiantou. Nathane também pediu para que o hotel fizesse, então, uma declaração que comprovasse que ela estava pagando normalmente. Assim, ela poderia requerer o reembolso na Justiça. O atendente negou, dizendo que estava proibido de fazer esse documento por ordens superiores.
Em determinado momento, o funcionário do hotel teria oferecido até um desconto para os clientes, o que despertou a suspeita em Nathane. Ela tentou entrar em contato com a 123milhas por telefone e até foi ao endereço da empresa em Belo Horizonte, mas sem sucesso. A saída foi registrar um boletim de ocorrência relatando o caso e procurar um novo hotel.
“As diárias no pacote da 123milhas saíram por R$ 3 mil. Agora vamos precisar desembolsar quase R$ 5 mil no novo hotel. O que me deixa curiosa é que, até então, todas as notícias da 123milhas eram sobre pacotes promocionais. O pacote que eu adquiri não é promocional e eu ainda consegui embarcar no avião. Penso eu que a 123milhas faria o pagamento junto”, argumenta a pesquisadora.
A Itatiaia entrou em contato com o Pampulha Lieu Hotel. Um funcionário do local informou que o hotel realmente não recebeu os pagamentos por essa reserva nem pelas de outros clientes da 123milhas. Questionado sobre a recusa em fazer uma declaração por escrito sobre o pagamento, o funcionário informou que eram ordens do gerente.
“Amanhã vai chegar outra colega, doutoranda em Bioquímica, que também ficaria no hotel conosco. Agora, como não nos hospedamos, a 123milhas não tem mais dívida com o hotle, porque a reserva não foi usada. Eu fiquei no prejuízo, sem hotel e sem dinheiro”, lamenta Nathane.
Crise na 123milhas
A agência de viagens 123milhas surpreendeu milhares de clientes no dia 18 de agosto, após
No dia 29 de agosto, a 123milhas um pedido de recuperação judicial na 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte, em Minas Gerais. No pedido, a empresa afirma que enfrenta a “pior crise financeira de sua história” e alega que “fatores internos e externos impuseram um aumento considerável de seus passivos nos últimos anos”. O pedido foi aceito pela Justiça no dia 31 de agosto.
Advogados ouvidos pela Itatiaia afirmam que a empresa não pode oferecer apenas vouchers como forma de reembolso para os clientes e explicam que os consumidores têm o direito ao ressarcimento em dinheiro.