Moradores de um dos conjuntos residenciais mais icônicos de Belo Horizonte estão se organizando novamente para tentar viver em um ambiente um pouco mais seguro. O Conjunto Habitacional IAPI tem 928 apartamentos ocupados por mais de 5,4 mil residentes, que têm experimentado todo tipo de problema nos últimos tempos, como conta o presidente da Associação dos Moradores do IAPI, Carlos Alberto Mendonça Júnior.
“Nós temos aqui hoje assaltos, moradores invadindo, roubo de carro, de bateria, o IAPI está abandonado pela Polícia Militar, que a gente chama não vem, e quando vem eles chegam três a quatro horas depois. Eles dão uma voltinha dentro do local e só, ligam o giroflex e vão embora. Tem uma praça interna que toda hora tem droga lá, e também um talude lateral que os moradores em situação de rua e usuários de droga entram no conjunto e montam barracas aqui dentro”, relata.
A forma encontrada pelos moradores pra tentar chamar a atenção das autoridades é um abaixo assinado que será passado a partir desta sexta-feira (10) por todos os prédios do conjunto. Esta não é a primeira vez que eles tentam uma ação do tipo.
“Nós já tentamos contato com os com os órgãos necessários para poder nos atender e nossas demandas não tiveram retorno nenhum. Nós estamos totalmente inseguros aqui dentro, sendo ameaçados com pessoas puxando facas, fora os assaltos. Já tentamos contato com a Prefeitura, com o Governo de Estado e com a Polícia Militar para nos ajudar. Conviver com essa insegurança aqui é um absurdo. Não estamos falando pra polícia ficar 24 horas por dia aqui, mas pelo menos se fazer presente”, completa.
Posicionamento da Polícia Militar
Em nota, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) informa que ações são realizadas de forma contínua nos entornos do Conjunto Habitacional IAPI (Instituto das Aposentadorias e Pensões dos Industriários).
O órgão ainda contou sobre o projeto de instalação de cercamentos nas dependências do conjunto habitacional e instalação de iluminação no local para melhorar a segurança e visibilidade do local. Confira a nota na íntegra:
“Quanto à questão consultada, em nota, a Polícia Militar de Minas Gerais, por intermédio do 34º Batalhão, informa que de forma contínua e ininterrupta, são realizadas ações e operações policiais através de todos os portfólios de serviços operacionais na região dos bairros Bonfim, Lagoinha e suas
adjacências, especialmente, no entorno do Conjunto Habitacional IAPI (Instituto das Aposentadorias e Pensões dos Industriários).
Neste sentido, especial relevância tem a atuação do Grupo Especial de Policiamento em Área de Risco (GEPAR), especificamente a célula atuante no aglomerado Pedreira Prado Lopes e imediações do IAPI. A PMMG, através deste portfólio, vem promovendo ao longo do tempo, além da redução dos índices de crimes violentos, especialmente homicídios, a criação de uma rede de segurança na qual o objetivo é a promoção de dicas de autoproteção e o aumento do estreitamento entre polícia e comunidade.
No ano de 2023, o trabalho feito através de contato presencial e por meio das mídias sociais, destinado ao IAPI, visou a promoção de segurança, e principalmente, a correta utilização do meio de comunicação oficial, através do nº 190 (número de emergência), para solicitação de chamadas e alimentação do Sistema de Segurança Pública com informação de qualidade.
É necessário reforçar-se a conscientização popular no sentido de se apanhar o maior número de informações possíveis no momento da comunicação dos supostos delitos, bem como na necessidade de comunicar os fatos imediatamente, pois quanto menor for o tempo entre a ocorrência do fato e seu conhecimento pela PMMG, mais eficiente será a resposta de Segurança Pública àquela comunidade, contribuindo assim para a significativa melhoria do serviço
policial militar. Outro ponto que merece destaque, e que já vem sendo alvo de discussão entre a PMMG e a comunidade local, é o projeto de instalação de cercamentos nas dependências do conjunto IAPI e o fornecimento de melhores condições de iluminação. Cabe ressaltar que a Polícia Militar de Minas Gerais pauta suas ações em criterioso planejamento estratégico, baseado na demanda social oficialmente trazida a conhecimento institucional, bem como, que age dentro dos limites constitucionais específicos que lhe são impostos, sempre visando a melhor maneira de tutelar os interesses legítimos da sociedade.
Por fim, menciona-se que o planejamento das ações e operações policiais leva em conta as demandas de segurança passadas pelo cidadão, tendo como importante fonte de informações os registros de ocorrências policiais.
Nesse sentido, é importante que a comunidade comunique os crimes e as situações de suspeição de forma oportuna e célere à Polícia Militar, utilizando-se dos meios disponibilizados pelo Estado, como o atendimento de emergências policiais (190), o disque-denúncia (181), ou mediante contato nas Bases de Segurança Comunitária ou unidades policiais.
A Polícia Militar reafirma seu papel constitucional, cumprindo o policiamento preventivo e a manutenção da ordem pública, bem como de repressão qualificada, dentre as demais ações voltadas para a segurança e o bem estar da sociedade, e coloca-se uma vez mais à disposição para informar à sociedade sobre as demandas ora apresentadas.”