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Caso Ian: pai e madrasta tentaram negociar a culpa em troca de dinheiro

Testemunhas afirmaram à Justiça que o casal se comunicou de forma irregular enquanto estavam presos

Madrasta afirmou que o pai de Ian também participou das agressões que levaram a criança a morte

A Justiça determinou que estabelecimentos prisionais informem a lista de pessoas que visitaram na prisão o pai e a madrasta do menino Ian, morto em janeiro de 2023 com traumatismo craniano e suspeita de maus-tratos. Testemunhas denunciaram que os acusados estavam se comunicando de forma irregular a fim de negociar a culpa pelo crime.

Segundo informações de testemunhas, os dois haviam tentado negociar que apenas um assumisse a culpa do crime, desta forma, quem assumisse a autoria receberia uma quantia em dinheiro. A informação foi repassada à imprensa pelo advogado da família de Ian, Fabrício Cassanjo.

“Uma das informações é que houve uma proposta de que um deles assumisse a autoria desse crime sozinho a troca de valor financeiro, está relacionado a um intermediário que fez essa proposta e essa negociação. Há uma contraproposta financeira para que ele [pai] assumisse de forma única, mas esse crime foi devidamente comprovado que foram os dois, pai e madrasta, responsáveis pela morte desse garoto Ian”.

Ainda não foi definida uma data para que mais testemunhas sejam ouvidas nas audiências de instrução e julgamento do caso.

Pai também agrediu Ian

Em depoimento à Justiça durante audiência de instrução e julgamento nesta terça-feira (9), a madrasta do menino Ian afirmou que o pai da criança também participou das agressões que acabaram levando ele a morte por traumatismo craniano, em janeiro de 2023. Inicialmente, apenas a madrasta havia sido acusada de ter agredido Ian, e o pai foi indicado por omissão de socorro.

A investigação da Polícia Civil já havia concluído que o menino foi agredido pela madrasta, de 34 anos, na casa em que eles moravam, no bairro Jaqueline, região Norte da capital. Entretanto, a mulher negava o crime.

Já o pai do Ian, de 31 anos, não teria socorrido o filho depois que chegou em casa do trabalho, segundo o inquérito. Na audiência, o pai continuou negando a acusação. O casal está preso desde janeiro.

Conforme depoimento da madrasta, Ian tinha sido agredido pelo pai 24h antes de sua morte. A mulher afirma que o pai tinha ficado estressado ao ver que o menino de 1 ano e 4 meses tinha feito xixi e cocô na cama, e por isso pegou violentamente a cabeça do filho e desferiu golpes contra a parede. Depois que o homem foi trabalhar, as agressões teriam continuado, mas por parte da madrasta.

Formado em jornalismo pela PUC Minas, foi produtor do Itatiaia Patrulha e hoje é repórter policial e de cidades na Itatiaia. Também passou pelo caderno de política e economia do Jornal Estado de Minas.