Quatro representantes da Tecnoclean foram indiciados pela Polícia Civil de Minas Gerais pela contaminação de petiscos que resultou, apenas no estado, na
Ainda de acordo com Danubia, o indiciamento não exclui “a responsabilidade (administrativa e cível) das demais empresas da cadeia produtiva até chegar ao consumidor final”. Porém, a parte criminal foi imputada apenas à Tecnoclean. Ao todo, foram investigadas cinco empresas.
“A Polícia Civil concluiu que a empresa Tecnoclean vendeu produto de grau alimentício sendo que estava apenas autorizada venda para grau industrial [...] Esse produto não tem grau de pureza para o ramo alimentício”, esclareceu Danubia, que está à frente da Delegacia do Consumidor.
Durante as investigações, foram realizadas oitivas, produzidos laudos periciais e notas fiscais que foram incluídas ao inquérito policial. Além disso, foi coletado em um telefone uma conversa crucial para a apuração do caso.
“Foi apreendido um telefone com uma conversa que foi extraída de uma funcionária da Tecnoclean e do representante da A&D [ A&D Química Comércio Eireli - importador do produto]. Nessa conversa via WhatsApp, o representante da A&D deixou claro para a pessoa da Tecnoclean que o seu produto não poderia ser vendido para o ramo alimentício, ou seja, para o consumo humano ou animal”, explicou.
“Ele deixou claro em mais de uma oportunidade que a A&D não tem autorização para a venda do produto com grau de pureza para o ramo alimentício. Então foi uma conversa importante e, dela, a gente extraiu que a Tecnoclean realmente sabia e assumiu o risco de produzir o alimento”, acrescentou.
Troca de rótulos
Além disso, a delegada também explicou sobre a troca dos rótulos de monoetilenoglicol e propilenoglicol. “Foi apurada também durante as investigações a incorreta identificação de rótulos. Desta conversa, via celular, a gente também extraiu o layout, a planta da empresa Tecnoclean, e identificou que o monoetilenoglicol e o propilenoglicol eram acondicionados em barris idênticos com cores semelhantes, um ao lado do outro à época dos fatos”, destacou.
“Existe nessa empresa específica um sistema falho de rastreabilidade que, inclusive, dificulta a apuração tanto policial quanto administrativa. A empresa compra o produto e apenas troca o rótulo [...] Essa incorreta identificação também evidenciou a participação direta da empresa Tecnoclean na contaminação dos animais”, completou.
Produto mais barato
A delegada explicou também que o monoetilenoglicol é mais barato que o propilenoglicol. No entanto, o primeiro insumo citado é altamente tóxico se consumido em doses excessivas, já o segundo pode ser usado para produção de alimentos. “A gente acredita que tem viés econômico para uma finalidade imprópria”, destacou.
Entenda
A
No dia 2 de setembro, a Polícia Civil divulgou
No decorrer da investigações, os órgãos constataram que petiscos de outras marcas também foram contaminados por etilenoglicol, vendido pela empresa
Com informações de Oswaldo Diniz